Das Bruxas ao Sexo, um cardápio muito atraente
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 12 de janeiro de 1991
Os planos editoriais da Rosa dos Tempos são amplos e abertos às várias tendências. Incluem desde "O Martelo das Feiticeiras", uma obra escrita em 1484 por dois inquisidores alemães e que se constitui num complexo manual de caça às bruxas, a livros macetosos como "1001 Dicas de Cláudia para a dona de Casa a Beira de um Ataque de Nervos", de Laura Civita, que edita a seção "Vida Melhor", da revista "Cláudia". Se no primeiro pacote estão livros como "Como Fazer Amor com a mesma Pessoa para o Resto de sua Vida", de Dagmar O'Connor e "O Prazer de Ser Mulher", manual prático sobre a sexualidade feminina, escrito pela ginecologista Albertina Duarte, há também projetos para lançar logo "Para Entender os Homens", coordenado por um psicólogo americano que se especializou nos conflitos masculinos. A respeito deste livro, Rose lembra que aborda um ponto de análise original:
- "Os homens são educados para correr atrás das mulheres bonitas e, assim, vencer a competição. Mas o que as mulheres e homens querem, de fato, é o amor e a intimidade, reprimidos desde a infância".
Outros títulos já nas livrarias mostram as várias opções: "Uma Voz Diferente", da professora de Harward, Coral Gilligan, escrita em 1982, tem o subtítulo de "Psicologia da Diferença entre Homens e Mulheres da Infância à Idade Adulta", já vendeu meio milhão de exemplares e foi adotado em todas as instituições educacionais dos Estados Unidos (tradução de Nathanael da Costa. Caixeiro, 192 páginas).
Em "O Amor Nunca é Suficiente", Aaron T. Beck mostra que uma relação não vive só de amor, "mas da convivência de pessoas que muitas vezes não se entendem". Outro livro na mesma linha é "Para Entender os Homens", de Warren Farrel, com depoimentos de grupos de 300 homens contando seus medos, fantasias e como se sentem em relação ao sexo, ao relacionamento e a mulher. "A Psicanálise da Maternidade", de Nancy Chodou é uma análise crítica da obra de Freud, do ponto de vista feminino. Dois textos mais amenos, na área do imaginário, são "Um Grande Amor", de Alexandra Kolontai, escritora russa, sobre a "love story" de uma mulher fascinante e de um homem casado (mostrando que os desejos e problemas das mulheres liberadas há um século já se pareciam com os presentes) e "Os Descendentes das Deusas - Um Caminho de Iniciação para as Mulheres", de Sylvia Brinton Pereira, uma reavaliação dos deuses mais primitivos da humanidade, que são, na verdade, deusas.
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