Fim do EstaR só interessa para os estacionamentos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 18 de setembro de 1990
É muito difícil entender como o vereador Mário de Moraes - que em suas pretensões de chegar à Assembléia Legislativa o fazem insistir no slogan de o candidato da juventude (embora já esteja próximo dos 40 anos) conseguiu convencer 29 de seus 33 colegas aprovarem um projeto no mínimo prejudicial à cidade - e que só beneficia os proprietários de estacionamentos.
Inimigo figadal do EstaR desde quando recebeu uma multa por estacionamento irregular há alguns anos, o vereador Moraes vem insistindo na extinção desse serviço administrado pela URBS e que, inspirado nos parquímetros adotados em centenas de cidades em quase todo o mundo, evita que um mesmo veículo permaneça durante muitas horas ocupando um mesmo local. Durante algum tempo a Câmara resistiu em relação ao parcial, polêmico e mesmo suspeito projeto defendido pelo Vereador da Juventude. Infelizmente e inesperadamente, com exceção de três votos - dois de vereadores da bancada do PT e mais o do vereador Jair Cesar - foi aprovada, há algumas semanas a extinção do EstaR.
A revolta que a aprovação de um projeto suspeito como este, prejudicando milhares de pessoas que em rodízio utilizam as vagas do EstaR nas vias públicas e que, diretamente beneficiará os já bilionários donos de estacionamentos, deveria ter sido maior. Em plena época pré-eleitoral - com tantos vereadores tentando chegar ao Legislativo Estadual - é de se indagar por que tomaram tal posição?
Moraes tem todo o direito de combater o EstaR e mesmo propor a sua extinção. O incrível é que tenha conseguido "apoio" de 29 outros vereadores - entre os quais, alguns que vinham se caracterizando por posições corretas, preocupados em realmente honrarem os seus mandatos - a extinguir um serviço reconhecidamente; útil, autofinanciável e que emprega dezenas de pessoas. Por mais desculpas que Moraes e seus colegas tentem apresentar será difícil a população engolir mais este desserviço que a Câmara prestou à cidade que através de impostos canaliza recursos de milhões de cruzeiros para o pagamento dos seus salários.
A cronista Anita Zippim Monteiro da Silva, num artigo que publicou em vários jornais foi uma das poucas a gritar toda sua indignação - que é, porém, de milhares de pessoas - em relação a mais esta demonstração de servilismo por parte do poder Legislativo Municipal em beneficiar um pequeno grupo de interessados e em prejuízo a toda uma comunidade.
Vamos aguardar para ver quais as providências que o prefeito Lerner tomará para evitar o fim do EstaR e evitar mais um escândalo municipal!
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