Guerra ao pombo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de fevereiro de 1977
No momento em que aumenta a revolta nacional contra a desumana pretensão de uma entidade de bilionários em promover um supérfluo campeonato mundial de tiro-ao-pombo, em Foz do Iguaçu, é preciso que os ecologistas e defensores da natureza lembre-se de outros crimes que se comete contra as aves. Em Curitiba, um grupo de moradores na Avenida Manoel Ribas vai encaminhar denúncias às duas entidades conservacionistas da cidade - presididas pelos Srs. João José Bigarella e Mariano Cyganczuk relatando o que vem ocorrendo numa mansão naquela avenida: a sistemática guerra aos pombos.
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Um grupo de médicos que instalou um centro de atendimento numa velha mansão na Avenida Manoel Ribas, 455, irritou-se com o fato de dezenas de pombos pousarem, como faziam há muitos anos, nos fundos da casa.
Da irritação à guerra foi questão de dias e já chegaram a usar até arma de fogo no abate das aves. Ante os protestos dos vizinhos, passaram a utilizar métodos mais "científicos": veneno na água e na alimentação oferecida às aves. E o abate das aves que simbolizam a paz continua, como observam diariamente os vizinhos.
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Um arquiteto-ecologista, conhecedor do problema, explicou o que acontece: em antigas mansões construídas nas décadas de 0 a 40, era comum a existência de pombais no quintal. O tempo correu,estas casas foram alugadas para fins comerciais e os pombos, evidentemente, tornaram-se incômodos - pelo ruído e sujeira que provocam. Mas há soluções: o psiquiatra Hélio Rottemberg, por exemplo, ao instalar sua clínica numa mansão que também tinha um antigo pombal no quintal, promoveu a sua transferência para uma praça próxima.
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