LIVRO
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de fevereiro de 1973
A Noite é uma criança, escreveu há quatro séculos o dramaturgo Shakespeare e a frase ficou famosa repetida tantas vezes na crônica do inesquecível boêmio Antônio Maria e incluída num dos diálogos do maravilhoso musical. "Um Americano em Paris" de Vicente Minelli. A noite em suas belezas, mistérios e vícios - é uma tentação aos jovens poetas e intelectuais ao estudante ou ao homem maduro que, de repente, sente-se tentado a esticar o programa a, descompromissadamente, sentir o sol nascer. A leitura de um livro como "A Noite começa agora" de Fernando Lopes, faz-se lembrar a melhor fase da "Tribuna do Paraná, onde o jornalista Renato Muniz Ribas, com o pseudônimo de Egas Muniz fazia a lírica "Ecos da Noite", coluna que marcou época em nossa imprensa. Pois se Renato Ribas, hoje afastado da noite, reunisse as suas melhores crônicas daqueles anos gloriosos, pôr certo teríamos um livro parecido com este sincero e despretensioso "A Noite Começa Agora", que aparece numa curiosa edição, com anúncios comerciais de firmas que decidiram colaborar para que o autor reunisse suas crônicas ligeiras, onde fala de nomes famosos da noite carioca. Paulo Mendes Campos, na sentida apresentação "noturno para Fernando Lopes" lembra, com nostalgia: "Já fui noturno. Não entendia a vida, mas me dava bem com a noite.
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