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Aramis

Mores, nome maior do tango

Há tempos que não aparecia um bom disco de tango no Brasil. Gênero com um grande público - especialmente na faixa acima dos 40 anos - o tango é pouco explorado pelas gravadoras, num erro de marketing. Felizmente a recente temporada de um dos maiores compositores e instrumentistas da música portenha no Brasil - Mariano Mores (Buenos Aires, 1918) motivou a RGE a lançar um elepê de bom nível. Portenho do tradicional bairro de San Telmo, aos 12 anos Mores já era pianista na orquestra de Roberto Firpo. Pouco tempo depois formava o seu próprio grupo - o Trio Mores, mostrando as músicas próprias. Em 1938 fez a trilha sonora do filme "Senderos de Fé", enquanto seu tango "Quartito Azul" era um dos mais tocados na Argentina. Entre 1939 a 1948 integrou a orquestra de Francisco Canaro, de quem foi parceiro no clássico "Adiós Pampa Mia". Logo formaria sua orquestra de grande porte e timbres clássicos - não obrigatoriamente tradicionais no tango. E com esta orquestra fez temporadas no Teatro Alvear, da Calie Corrientes, inaugurando temporadas de sucesso como músico e ator em comédias músicais com figuras tradicionais do gênero (Delia Garcês, Virginia Luque, Hugo del Carril, entre outros). Como ator apareceu em muitos filmes: "Corrientes, Calle de Ensueños"(1949), "La Doctora Quiere Quiere Tangos"(1950) e "La Voz de Mi Cidade"(1952). Há 30 anos, a carreira de Mariano Mores internacionalizou-se a partir de representações em Paris, que logo se estenderiam à toda Europa, Estados Unidos e até Ásia - agradando principalmente no Japão. Agora, sua vinda ao Brasil, fez com que os mais velhos matassem as saudades e os mais jovens conheçam interpretações de clássicos como "Cafetin de Buenos Aires", "Uno", "Adios Pampa Mio","El Firulete", "Taquito Militar","Frente Al Mar", "Tanguera", "Cristal", "Adios" etc. Parceiro de Discépolo, Contursi, Martinez, Taboada, Canaro e Pelay, eis o Mariano Mores num disco esplêndido aos que amam o tango. Um disco que o Sergio Mercer, milongueiro mor, não deixará de comprar.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
28/10/1984

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