Spyro sem palavras
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 12 de dezembro de 1987
O Spyro Gyra foi o grupo mais polêmico no III Free Jazz Festival. Houve quem adorasse. Muitos se decepcionaram. Eletrificado, fundindo correntes de rock, o grupo liderado pelo saxofonista Jay Backenstin divide o público. É natural.
Agora, saiu o novo Ip do Spyro ("Stories Without Words"). Jay explica que "a música instrumental permite ao ouvinte se colocar dentro dela, dando contribuição pessoal através da imaginação".
- Nossa música é evocativa. Ao ouvi-la dez pessoas podem ter dez diferentes interpretações sobre o que ela quer transmitir.
Criado há 10 anos, o Spyro Gyra procura um estilo em que possa misturar jazz, rock, R&B, evoluindo sempre. Para tanto, o grupo tem sido reciclado com novos músicos. Manolo Badrena, que uniu-se ao SG no ano passado, é um percussionista de boas idéias. Roberto Vally substituiu ao baixista Kim Stone. Os outros integrantes do grupo são Tom Schuman (teclados), Dave Samuels (vibrafone), Julio Fernandes (guitarra) e Richie Morelez (bateria).
As músicas deste "Stories Without Words" (WEA, novembro/87), com sons latinos e caribenhos, tais como "Cayo Hueso" e "Nu Sungo" tendem a ser mais acessíveis para o rádio que as anteriores do grupo.
O Spyro sempre teve características latinas e viaja muito - uma média de 150 dias por ano. Levando um som pesado, elétrico e vibrante. Pode desagradar quem prefere o jazz tradicional mas tem o seu público.
LEGENDA FOTO: Spyro Gyra: jazz eletrificado e polêmico
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