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Aramis

Terremoto

A pornografia, pura e simples, já deixou de ser um grande negócio para os produtores de cinema. A chamada ficção pornográfica também não está rendendo o esperado, embora um filme do gênero que conta a estória de uma ninfomaníaca, que tinha o [clitóris] na garganta, tenha estourado na bilheteria, mais pela celeuma que a censura norte-americana criou do que, propriamente por seus méritos de produção. Agora, um novo tipo de filme pornográfico surgiu no mercado norte-americano, apresentando uma mescla de violência, realismo e sexo. Um inspetor da polícia de Nova Iorque, Joseph Horman, denunciou que está sendo exibida no país uma película pornográfica na qual se vê o assassinato real da atriz principal, logo depois de uma orgia sexual. Trata-se de um filme dividido em oito sequências que descrevem a morte da "mocinha". As cenas da morte (ou assassinato) filmadas segundo uma técnica especial, mostram o crime sob vários ângulos. A estrela deste filme erótico ignorava, naturalmente, que iria ser executada. O inspetor Horman explicou que numa das sequências, o rosto da atriz reflete seu estupor, sua incompreensão e finalmente seu horror ao se ver apunhalada. O filme termina com uma cena mais chocante ainda, na qual se esquarteja o corpo sanguinolento da atriz-vítima. Segundo o inspetor novaiorquino, o clima do filme é de "perversão total". Este filme já foi projetado, em sessões fechadas em Nova Orleans, Miami, Los Angeles, e Nova Iorque. Estas projeções clandestinas são reservadas a um público limitado, que não hesita em pagar duzentos dólares (cerca de Cr$ 1.800,00), para aplaudir cenas de execrável sadismo.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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05/10/1975
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