Candeias realiza curso inédito
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de fevereiro de 1989
Ozualdo Candeias, que está em Curitiba ministrando um curso de direção de atores em cinema, a convite do Museu da Imagem e do Som, acredita que este seja um trabalho inédito - há vários cursos rápidos, mas não sabe de outros que trataram de direção - e com o apoio do vídeo agiliza ainda mais o ensino. "A gente tem o resultado mais rapidamente", comenta. A introdução do vídeo nas suas aulas faz com que o pessoal de cinema e de vídeo torçam o nariz, mas Candeias não liga para isso. "É a imagem animada, com equipamento diferente", diz.
Para Ozualdo o cinema brasileiro continua asfixiado nas dificuldades que sempre tolheram seus movimentos. Elas estão diretamente ligadas às multinacionais que comandam a indústria cinematográfica e impedem um posicionamento de peso. Mas o cinema não deve ser visto apenas como vítima. Também a televisão sofreu os mesmos reveses de força, só que conseguiu dar a volta por cima, safar-se dos grilhões e impor-se. A TV chegou nos anos 50, lutou e conquistou seu espaço, afirma Ozualdo. O cinema, ao contrário, não teve a mesma ousadia para vencer.
Candeias comentou ainda o papel do Museu da Imagem e do Som, não só do Paraná como em qualquer localidade. Para ele a entidade é de grande importância na preservação da cultura, pois representa uma espécie de resgate e permanência da identidade de um povo. "Cultura", continua ele, "é tão importante quando a saúde e educação, pois através dela é que o indivíduo toma consciência de sua existência como cidadão".
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