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Aramis

Cinema

no bang-bang spaghetti-chanchada iniciado como << Chamam-me Trinity >> e que te msequência como << Trinity ainda é meu nome >> (cine São João, 6.7 semana em cartaz), como nas historias-em-quadrinhos, o sangue não aparece. Ao contrário da linha de violência iniciada pelos bang-bang peninsulares a partir de << O Dólar Furado >> (que, por sinal, será relançado no São João, quando << Trinity >> partir para outros cinemas), talvez o segredo da aceitação popular por este anti-personagem do oeste, esteja na limpeza de seus filmes: com personagens barbados, fedorentos, maltrapilhos, a violência se restringe a lutas (na melhor linha das brigas de saloons nas fitas do mestre John Ford) e, no máximo, em alguns tiroteios onde raramente morrem << bandidos >> ou << mocinhos >> na tradicional posição maniqueista do cinema dos anos 30: os bons x os maus. Se << Django >>, há 6 anos atrás, impressionava pelas cenas brutas de bandidos mexicanos (sempre a discriminação de colocar o povo abaixo do Rio Grande como bandoleiros) mastigando orelhas humanas, em << Trinity >> o humor nasce de piadas antigas, tolas, como a do relógio atrasado em duas horas, na bodega, em que Trinity aguarda a chegada dos bandidos. Situações infantis, sem nenhuma conseqüências, que não conduzem o espectador senão ao riso mais grosseiro, a estupidez enfim de cada seqüência (e estupidez aqui não como sinônimo de brutalidade, mas sim de burrice) que chega a agredir qualquer pessoa mais exigente. Apesar de tudo isto, << Trinity >> atinge a casa dos Cr$ 200 mil, comprovando mais uma vez a enorme distância entre o chamado cinema sério e o cinema << de público >>.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
1
31/01/1973

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