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Seria necessário tomar por empréstimo o seu delicioso estilo, as suas palavras exatas e o seu perfeito equilíbrio de texto, para tentar definir, mesmo rapidamente, a sua iluminada personalidade: MARINA COLASANTI, jornalista antes de tudo, cronista que se equilibra na mesma faixa de Carlos Drummond de Andrade e José Carlos de Oliveira - seus colegas do caderno "B" do "Jornal do Brasil", que ela durante tantos anos coordenou e que agora (bem feito para eles!) perdeu a sua colaboração. Quem a admirava pelas crônicas, ficou gostando ainda mais da pessoa: em menos de 50 horas, em Curitiba, para autografar "Nada na Manga" (Nova Fronteira-Edições JB, 183 páginas), Marina mostrou toda sua simplicidade e comunicação, o papo inteligente, a colocação exata do pensamento, a visão consciente do mundo - tal como seu marido, o professor Affonso Romano Sant'Ana, diretor do Departamento de Letras da PUC, fazendo com que uma frase do amigo comum Franco Giglio, se ajuste: "São tão maravilhosos que um merece o outro". Outro amigo (de Marina), Remy Gorga, filho, disse com razão que o livro de Marina deve ser lido, "filha dos desertos de Asmara, brilhante de sóis cariocas". Filha de Manfredo - hoje ator dos filmes de Nelson Pereira dos Santos e da TV-Globo, durante 30 anos guerreiro do mundo, desde 1948 no Brasil, após nômades andanças ao sabor da Guerra, fez estudos de Belas Artes, iniciou uma carreira como gravadora, com exposições e salões, até que o jornalismo, em 1962, a desviou para o texto, a notícia, a crítica, a crônica e o mundo da ficção. Tem um primeiro livro, quase inédito, de 1968: "Eu Sozinha". Chega agora a este "Nada na Manga", após traduzir oito livros (de Morávia, Kosinski, Papini. Kawabats). Um pouco do mundo de Marina está agora em "Nada na Manga". O muito virá nos livros seguintes - seja os de crônicas ou de receitas culinárias, ela que, como boa filha de italianos, conhece tão bem as artes da cozinha quanto do texto. Marina, mulher tão admirável, quanto a outra - que Caymmi imortalizou em um samba perfeito.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
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12
04/01/1974

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