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Aramis

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A vitalidade do Samba está patente em vários fatos e os números não mentem: as casas noturnas de São Paulo que mantém exclusivamente programação de "sambão", faturam milhões, Sargentelli há quase 5 anos é o maior sucesso de público na Guanabara e vários grupos novos tem aparecido com destaque. Agora com a proximidade do Carnaval, o Samba ainda adquire maior dimensão - com lançamentos dos Sambas-Enredo em compactos simples, a invasão de centenas de músicas de Carnaval pelas chamadas "etiquetas fantasmas"- criadas especialmente para a distribuição das músicas de carnaval - e o grande sucesso do triduo momesco de 74 será, não tenham dúvidas, "Eu Bebo Sim", lançado originalmente por Elizeth Cardoso - aliás, o que foi motivo de muita polêmica. A CBS, que em dezembro já fez o seu lp com músicas de Carnaval, edita agora o volume do grupo Os Bambas. Produzido por Zuzuca veterano sambista e que com "Marcha para um Rei Negro" teve o mérito de popularizar nacionalmente um samba-enredo - abrindo inclusive uma nova frente de divulgação da música popular - a série de lps de Os Bambas, em que pese o aspecto comercial, tem bom nível e por aí já apareceram boas músicas. Nesta décima edição, o grupo - cujos integrantes infelizmente são mantidos no anonimato - interpreta "Vamos Sacudir" (Antônio Garcia), "Gira de Oxalá" (Zé Moreira/Didi de Bahiana), "Tô com Deus, tô com amor" (Jorge Bento Munhoz da Rocha Neto), "Boa Noite" (Aparecida), "Madeira do Jequitibá" (Romildo da Portela/Rubens), "Quanto Mais Longe, Mais Saudade Me Dá" (Duco do Pandeiro/Anatalício), "Eu Bebo Sim" (Luiz Antônio/João do Violão), "Recalque" (Daniel - Freitas), "Eu Quero um Xodó" (Gilson de Souza), "Casa Um da Vila" (Monsueto Menezes - Flora Mattos) e "Tristeza Pé no Chão (Armando Fernandes, o "Mamão"). A mesma CBS, aparece com "Super Samba" (Volume 1), outra coleção dirigida por Zuzuca Hélcio Milito e Rossini Pinto, destinada a prestigiar os nossos bons valores. Ao contrário de "O Melhor em Samba", aqui estarão diferentes intérpretes e grupos, numa participação mais democrática. A autenticidade de Zuzuca e o sabido bom gosto de Hélcio Milito (foto) - inventor do Samba, o melhor percussionista brasileiro e que com Luizinho Eça (piano) e Bebeto (contrabaixo/flauta) integra o melhor grupo instrumental-vocal, o Samba Trio - reagrupado desde agosto de 1973, após uma sentida ausência de oito anos faz com que se acredite muito nesta nova série da CBS. Produzido por Zuzuca, temos as seguintes faixas: com o Samba 4, "Tarde de Verão" (Saralho/Bado) e "Foi Assim" (Ramir-Betinho-Carlos Aquilez) com os Bambas (da série "O Melhor e Samba"), "Deboches" (Antônio Carlos/Jocafi) e "Desafio" (Luiz Américo/Bráulio de Castro), com Baianinho, "História de um Povo Velho" (Pelado da Mangueira/Hélio Turco) e "Mágoa". Com o próprio Zuzuca, duas novas composições do bom crioulo: "Assim que a Lua" e "Reza Morte" Hélcio Milito produziu as faixas com o grupo 5 Só ("O Pinto Piou" e "Batida de Côco não é de Limão") e, finalmente, dando uma prova de brasilidade, Rossini Pinto, especialista em versões, cuidou da direção artística nas faixas "O Serrote" e "Tira Meu Nome da Boca do Samba" ambas de sua autoria, com um novo grupo chamado "Os Geniais". Um disco interessante, sem dúvida!
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
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12
22/01/1974

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