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Maksoud, segundo o perfil de Maranhão

Desde quando publicou sua primeira reportagem em O ESTADO DO PARANÁ - e lá se vão 20 anos - o jornalista Carlos Roberto Maranhão sempre se revelou um craque em termos de escrever sobre pessoas, fazer perfis humanos - com toques de ironia e acurada observação do quotidiano. Tanto é que fez carreira na imprensa nacional e até há pouco era o editor-assistente da "Playboy", depois de passar anos na "Placar", revista a qual voltou agora, para ser o editor-chefe. Entretanto, pelo seu estilo preciso e charme nos textos, Maranhão, 36 anos, curitibano do Portão, não deixa de ser convocado para matérias especiais nas publicações da Abril. E num suplemento especial da revista "Veja", sobre a programação de São Paulo (que circula somente naquela capital), fez um belo perfil sobre "O mundo de Roberto Maksoud", a propósito do melhor hotel do Brasil - e o grande ponto de movimentação da vida noturna classe A - superior, em São Paulo. xxx Maranhão, como bom repórter, faz revelações curiosas. Por exemplo, o primeiro hóspede do Maksoud Plaza foi o empresário Jabur Abdalla, dono de uma concessionária de automóveis em Londrina, Paraná, e que, ao chegar ao hotel, na manhã de 1º de dezembro de 1979, tornou-se o "hóspede nº 1". Desde então, hospedou-se em outras 53 ocasiões - apesar da elevação do preço da Diária - que hoje oscila entre 1.500.000 a Cr$ 14.000.000 (ou seja, a partir de US$ 110 dólares, preço normal em qualquer parte do mundo para um estabelecimento desta categoria). Empreendimento do engenheiro Henry Maksoud, proprietário da Hidroservice (fundada há 27 anos) e do grupo "Visão" (desde 1974), a construção do Maksoud Plaza poderia ser orçada, em valores atuais, em 150.000 dólares por apartamento (e são 371 apartamentos, mais 38 suítes de luxo, sete presidenciais, cinco restaurantes, três bares, um teatro e o melhor night club do País, o "150") distribuídos ao longo de seus 22 andares na Avenida Paulista, fronteira dos jardins com a Bela Vista. xxx O Maksoud Plaza é comandado por Robert Felix Maksoud, 31 anos, um dos dois filhos de Henry Maksoud (o outro é Cláudio Denis, 29 anos, compositor, poeta e dono da etiqueta Vôo Livre, pela qual já lançou vários discos). Diz Maranhão: "Seu trabalho, ao qual dedica um mínimo de 12 horas diárias, é [comandar] 790 profissionais e chefiar a operação - que deve ser irrepreensível e, para os usuários, gratificante e sempre surpreendente - de um pequeno mundo do prazer"22. Mais adiante, algumas revelações de Maranhão sobre Robert Maksoud: - "Ele não é uma pessoa comum - e leva uma vida absolutamente incomum. Mora numa suíte que, se fosse pagar, lhe custaria, sem extras, 150 milhões de cruzeiros por mês, mas despacha numa sala modesta de 12 metros quadrados, cercado de papéis, relatórios, gráficos, livros e retratos autografados de amigos famosos - Frank Sinatra, Anthony Perkins, o palhaço Larry Harmon, o Bozo da televisão americana. Gosta de música (6 mil discos) e filmes (3 mil vídeo-cassetes originais) e tem hábitos frugais: bebe caipirinha e, aos domingos, prepara o seu churrasco e lingüiça, em sua própria suíte duplex.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
12/11/1985

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