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Aramis

À meia-noite de amanhã, Peggy Sue vai ao passado

"Peggy Sue - Seu Passado A Espera" (Cine Astor, pré-estréia amanhã, 24 horas) é o mais recente exemplo de uma nova tendência no cinema americano: a volta ao passado. Aquilo que H. G. Wells (1866-1946) imaginou há 92 anos em sua "Máquina do Tempo" filmada com maestria por George Pal em 1966, com Rod Taylor e Yvette Mimieux, transformou-se, nos últimos anos, numa forma de escapismo cinematográfico. "Em Algum Lugar Do Passado" e "De volta Para O Futuro", (ambos a disposição em teipe) estão entre os filmes de melhor bilheteria nestes últimos anos. Ambos fazem os personagens viajar pelo tempo, em busca de uma época mais feliz. Aliás, nos tempos bicudos que vivemos, o sonho de retornar ao passado é, realmente, de grande empatia, sem dúvida. FILME DE MESTRE - Diretor de filmes como "O Poderoso Chefão", "Apocalypse Now", "O Fundo Do Coração", "Cotton Club" e do ainda inédito em Curitiba, "O Selvagem Da Motocicleta" (Ruble Fish), Francis Ford Coppola é um cineasta competente. Seus filmes - mesmo quando fracassam nas bilheterias - têm aquela seriedade, a realização bem acabada que o fazem merecedor de atenção (e das muitas premiações que já obteve). Agora com "Peggy Sue Got Married", Coppola faz uma incursão no terreno da comédia romântica, tendo como veículo a excelente Katheleen Turner ("Corpos Ardentes", "Tudo Por Uma Esmeralda", "Crimes De Paixão", entre outros filmes marcantes). Katheleen é Peggy Sue, 42 anos, que acaba de se divorciar após 24 anos de casamento com seu antigo namorado dos tempos do ginásio. Com a filha, Peggy Sue vai a um baile comemorativo do jubileu de prata de sua formatura no secundário. Ali, coroada rainha da festa, desmaia e acorda 25 anos antes. Sem o auxílio de qualquer máquina, Peggy Sue volta ao passado e revive suas experiências de adolescência com o conhecimento acumulado ao longo de toda a sua vida (e quem não sonha em voltar a ser jovem, com a experiência que se tem aos 40 anos?) Enquanto em "De Volta Para O Futuro", o personagem principal vai a um tempo que ele não viveu e que só conhece por referências de terceiros, Peggy Sue volta para sua própria vida. Atormenta-se com a possibilidade de alterar o futuro na base do "se eu soubesse então tudo o que sei agora, faria uma série de coisas diferentes". O filme tem aspectos fascinantes e simpáticos e a idéia principal do argumento é muito boa. A exibição do filme motivou autores importantes, como Isaac Asimov no "The New York Times", a publicar ensaios sobre a relação entre o ser humano e o tempo. Peggy Sue emociona, faz rir, cria empatia com o espectador, em especial os que estão em torno dos 40 anos de idade. Enfim, um filme fascinante - que hoje tem a sua pré-estréia - e lançamento normal previsto para o mesmo Cine Astor no próximo dia 16. LEGENDA FOTO - Katheleen Turner é "Peggy Sue", que volta ao passado no filme de Coppola.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Cinema
14
10/04/1987

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