"Simplicíssimus", humor que precedeu Hitler
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de abril de 1987
Heidede Emily Liede, dramaturga, tradutora, uma mulher sempre up to date em termos culturais, foi quem traduziu os textos de Fritz Arnold para o belíssimo catálogo "Simplicíssimus", da exposição de 100 caricaturas da famosa revista satírica editada entre 1918-1933 - e que inaugura hoje a noite (Solar do Barão, Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533).
O catálogo é um verdadeiro livro de arte, reproduzindo em cores e preto-e-branco, as mais notáveis caricaturas e charges publicitárias pela revista "Simplicíssimus", publicação que por sua importância crítica e política, mereceu já no ano passado uma primeira exposição organizada pelo sempre atuante Goethe Institut.
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Heidede Liede, esposa de Helmuth Liede, diretor do Goethe Institut, em Brasília - (após terem residido por 4 anos no Canadá) - fez uma tradução inteligente dos textos, inclusive adaptando certas expressões idiomáticas. Nos anos em que o casal Liede residiu em Curitiba - quando Helmuth aqui implantou o Goethe, Heidede formou um grupo de tradução responsável pelo lançamento de vários autores alemães no Brasil. Agora, em Brasília, Heidede continua a fazer traduções de autores alemães, enquanto aprofunda suas pesquisas sobre literatura brasileira. Ela, inclusive fez uma tese sobre a obra de Guimarães Rosa.
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A exposição "Simplicissimus e a República de Weimar - 1918-1933", com cem caricaturas, é informativa sobre um tenso período da história contemporânea. Nas caricaturas desta publicação estão retratos de personagens e situações da Alemanha pré-histórica. Uma exposição imperdível, assim como o catálogo merece lugar na biblioteca de obras de arte.
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