"Não quero falar..." ganhou o 19º Festival de Gramado
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de agosto de 1991
Gramado
Mauro Farias, 34 anos, o filho mais velho do patriarca Roberto Farias, 59 anos, 40 de cinema, 13 longas, ex-presidente da Embrafilme, que desde os anos 70 vem ajudando o pai, irmãos (Lui e Maurício) e tio (Reginaldo) a fazer filmes, chegou na quinta-feira, cansadíssimo: estava tresnoitada para concluir a cópia de "Não Quero Falar Sobre Isso Agora", que marca sua estréia no longa-metragem. Produção complicada pelo fechamento da Embrafilme e crise financeira, que tinha o título original de "O Inútil", acabou sendo o grande premiado: melhor filme, roteiro, atrizes principais e som entre os 10 longas que competiram - quatro dos quais totalmente excluídos de qualquer destaque - "Rádio Auriverde" (que em Brasília já havia sido o único dos seis concorrentes a ficar sem nenhum prêmio), "A República dos Anjos", "O Filme da Minha Vida" e "Manobra Radical".
Outro filme também concluído há poucos dias, "Sampaku - O Olho da Ambição", de José Joffily, ficou com os prêmios de fotografia, montagem e ator coadjuvante. Apesar das vaias e polêmicas, o explosivo "Matou a Família e foi ao Cinema" acabou repetindo a premiação de Brasília (melhor diretor) e acrescentando a melhor atriz coadjuvante (Ana Beatriz), "Vai Trabalhar Vagabundo II: A Volta" saiu aqui melhor do que em Brasília: melhor filme do júri popular, ator, e trilha sonora. Um filme tão simpático que o exibidor Mário Santos, dono de uma cadeia de 100 cinemas do Sul, antecipou para a última sexta-feira a sua estréia em Porto Alegre.
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