No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de maio de 1988
Aos 82 anos, Igor Moiseyev, fundador e diretor do balé que tem o seu nome, está em plena forma em seu entusiasmo e agilidade, no comando da imensa companhia, desde que chegou em Curitiba, Igor mostrava energia que falta a muitos jovens.
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Rígida disciplina dos integrantes do balé. Praticamente, só saíram do Araucária Palace Hotel para irem ao teatro. Exceto três senhoras que, na hora do espetáculo de terça-feira, falando um inglês perfeito, buscavam junto à portaria do hotel, informações sobre os melhores restaurantes da cidade para jantar.
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Teatro lotado nas duas noites, apesar do custo do ingresso. O governador Álvaro Dias dispensou o uso do camarote e, junto com convidados, ocupou 30 poltronas da fila H.
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A propósito, seria muito simpático que o governador do Estado cedesse seu camarote - quando não o utiliza - para o mesmo ser vendido em benefício de entidades filantrópicas. Isto acontece em várias capitais nas quais os donos do poder têm cadeiras cativas em teatros oficiais.
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No Guaíra, quando o governador não comparece, seu camarote permanece trancado a sete chaves. O que é, no mínimo, antipático, pois afinal o teatro foi construído com recursos oficiais - e a justa mordomia de haver lugares preferenciais aos eventuais donos do poder, deve ser melhor administrada quando os mesmos não o utilizam.
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Hermínio Bello de Carvalho, diretor da divisão de música popular da Funarte, ao entregar ao governador Álvaro Dias os dois primeiros discos do projeto Radamés Gnatalli (Dê uma Canja!), fez questão de ressaltar que o secretário René Dotti, da Cultura, "é um secretário muito musical" - e, portanto, receptível aos bons projetos de sua área.
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