No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 03 de janeiro de 1989
Curitibanos que se auto-exilaram dos Estados Unidos estão na cidade, em férias, revendo familiares: Gabriele Rost, ex-campeã de esgrima, que há quase 10 anos reside nos EUA, hoje próspera corretora de imóveis, em San Francisco, chegou na primeira quinzena de dezembro. Quem está feliz é sua mãe, a taberneira Ingeborg Rust, dona do "Humel-Humel".
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Estevão Rainer von Harbach, depois de 18 meses na Califórnia, também veio rever a família. Apaixonado por cinema, Estevão chegou a ter um vídeo-clube em Santa Cruz, cidade na costa Oeste, 5 horas de Los Angeles, onde reside. Ele trabalha na circulação do "Santa Cruz Sentinel" e em breve retorna a Califórnia.
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O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social está investindo em algumas pesquisas. Por exemplo, contratou (com quem?) a "consultoria" para desenvolver um projeto intitulado "História Agrária do Paraná no Século XX".
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Pena que o Ipardes - um dos órgãos com técnicos mais bem remunerados do País e que dispõe de excelente orçamento - não divulgue suas publicações. Por exemplo, teria editado um completo estudo sobre a evolução política do Paraná, com detalhadas informações sobre todas as eleições a partir de 1945, mas que até hoje poucos viram. Afinal se usa dinheiro público em suas pesquisas é justo que suas publicações cheguem nas mãos de quem por elas se interesse.
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Ao longo dos anos, o edifício Caetano Munhoz da Rocha (Rua Cruz Machado/esquina Dr. Murici), tem sido ocupado por diferentes órgãos públicos e mesmo firmas particulares. Agora será reformado pelo IPE para "atender pensionistas e servidores inativos".
A rádio Estadual do Paraná ocupa há anos nada menos que três pavimentos do edifício. Ali chegou a ser construído um sofisticado estúdio de som que, ao longo dos anos, pouquíssima utilização teve.
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Fusako Tsunoda, japonês de Tóquio, 75 anos, autor de várias obras biográficas e de ficção (algumas filmadas), em "Canção da Amazônia" (Francisco Alves, 185 páginas) conta a história da introdução no Brasil da pimenta-do-reino e da juta. Yoshiichi Yamada emigrou para a Amazônia como tantos outros japoneses sonhando regressar rico. Enfrentou a selva amazônica, os problemas que os japoneses tiveram durante a II Guerra Mundial e ali introduziu a cultura da pimenta-do-reino e da juta. Este livro exaltação já foi transformado numa série de tv no Japão, estrelado pelo ator Tatsuya Nakadai, que atuou em "Kagemusha" e "Ram", superproduções de Akira Kurosawa.
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Mais uma contribuição para discutir a história sociológica do ensino superior no Brasil no período autoritário da revolução (?): "A Universidade Reformada", de Luiz Antônio Cunha (Livraria Francisco Alves Editora, 368 páginas). Mineiro de Araguari, professor da Universidade Federal Fluminense, Cunha analisa a chamada "reforma universitária", que, em sua opinião foi desastrosa em muitos aspectos. Um quadro rigoroso do ensino superior em reforma no regime autoritário - e cujo conhecimento é importante nestes dias em que a universidade brasileira continua a enfrentar difíceis problemas. Basta ver o exemplo da sexagenária UFP.
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João Uchôa Júnior descobriu que o leitor morre pela boca. E o gordo pode representar uma fortuna em direitos autorais, na busca de emagrecimento: depois de ter vendido 600 mil exemplares de "Só É Gordo Quem Quer", Uchôa publicou outros macetosos manuais de emagrecimento aos quais acrescenta agora "Doces e Sobremesas", espécie de adendo ao seu best-seller. Em 118 páginas uma seleção de receitas de doces e sobremesas que aliam requinte e simplicidade, nas quais, sem fazer restrições, garante, "não engordam".
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Uma leitura de yuppies (ou candidatos a): "Liderança Integrada - Um Novo Conceito de Eficácia", de Francisco Gomes de Matos (José Olympio, 159 páginas), definido como de "imensa utilidade para uma reformulação de atitudes e das práticas gerenciais em uma sociedade afeita, em sua quase totalidade, aos sistemas autoritários".
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