Para as milhares de pessoas que se extasiaram com o show promovido pela Anistia Internacional na Pedreira Paulo Leminski, promovido no início de fevereiro, e que lamentam não terem podido gravar aqueles momentos de intensa beleza sonora, há uma compensação. Mesmo sem a participação dos artistas convidados por Bituca - como a excelente dupla Pena Branca e Xavantinho e a cantora Clara Sandroni - o álbum "O Planeta Blue Na Estrada do Sol", gravado ao vivo no Teatro da Cultura Artística, em São Paulo, nos dias 28 a 30 de outubro de 1991, editado pela Sony, trouxe muitas das canções que Milton apresentou em Curitiba - e que tem mostrado mundo afora, ele que é hoje um superstar internacional. Marcio Ferreira, produtor e empresário de Milton, definiu "O Planeta Blue Na Estrada do Sol" como "um disco para lembrar e celebrar pessoas queridas". Gravado ao vivo, num teatro pequeno, é um disco de emoção de Milton, que tem conquistado público e crítica nos EUA, Canadá, França, Alemanha, [Suíça], Japão, Hong Kong etc. Para trabalhar com sua sonoridade, Milton sempre soube escolher o melhor. No disco - e em seus shows - atualmente conta com a bateria de Robertinho Silva, os teclados de Hugo Fattoruso (seu parceiro em "Tudo") e Luiz Alves no baixo. Milton, além da voz e violão acústico, arrisca-se - e muito bem - na sanfona. E é com este instrumento simples, que Milton faz a introdução do "Luar do Sertão" (Catulo da Paixão Cearense), que abre o lado B do disco. No lado A, a abertura é uma homenagem de Bituca e seu parceiro Fernando Brant ao jeito biscateiro da vida: "Vevecos, Panelas e Canelas", dizendo: "Queria fazer agora uma canção alegre brincando com palavras simples , boas de cantar luz de vela, rio, peixe, homem, pedra, mar sol, lua lua, vento, fogo, filho, pai e mãe, mulher. Outra música inédita, incluída por Milton neste elepê é "Ponto de Encontro", parceria com Zé Renato, carioca de vivência curitibana - primogênito do jornalista Simão de Montalverne e Marlene, que viveram em Curitiba por tantos anos. "Quem é Você?", uma inédita e interessante parceria entre os tecladistas Lyle Mays (música) e o brasileiro Luís Avellar (letra). As outras faixas, já conhecidas, adquirem, entretanto, aquela sonoridade especial, a leitura que só um artista da dimensão de Milton consegue dar: "Canção do Sal", "Um Índio" (Caetano), "Brejo da Cruz" (Chico Buarque), "Beatriz" (Edu/Chico) e duas homenagens muito especiais: ao inesquecível Agostinho dos Santos (1932-1973), com um de seus maiores sucessos, "Estrada do sol" (Tom/Dolores Duran) e a Lennon e McCartney com "Helli Goodbye", que em arranjo de violão e voz, encerra este belíssimo álbum.

Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:

Veiculo: Estado do Paraná

Caderno ou Suplemento: Almanaque

Coluna ou Seção: Música

Página: 3

Data: 08/03/1992

Enviar por e-mail

Obrigado por se interessar e divulgar os artigos de Aramis MIllarch.

OBS.: Nós solicitamos apenas seu endereço de e-mail para que a pessoa saiba de quem está recebendo. Nós não guardamos estes e-mails.

Seu Email: *

Seu Nome: *

Enviar Para: *

Insira múltiplos emails separados em cada linha OU separados entre virgulas.

Assunto da Mensagem: (Seu Nome) has sent you a message from tabloide digital

Mensagem: (Seu Nome) thought you would like to see the tabloide digital web site.

Sua Mensagem Pessoal: