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Aramis

O argentino Mengarelli e suas artes na cidade

Quando chegou a Curitiba, há 9 anos passados, Hugo Mengarelli não falava o português mas vinha cheio de projetos. Hoje é professor de cinema no Curso de Comunicação da Universidade Federal do Paraná, faz mestrado na USP, com orientação do professor e crítico Ismael Xavier e, como cineasta, tem meia dúzia de curtas e médias metragens. Crítico de cinema bissexto da "Gazeta do Povo "tem também feito incursões teatrais. Uma delas pode ser vista no auditório Salvador de Ferrante, (hoje às 20 horas; amanhã e domingo, 21 horas): o musical infantil-juvenil "Vou te contar como é lá em casa". xxx Influenciado pelo teatro que o grupo Grips desenvolve em seus espetáculos - mesclando realidade e fantasia com mensagens políticas - Mengarelli concebeu um espetáculo cuja ação transcorre num armazém onde os adolescentes confrontam sua vivências através de brincadeiras. Autor do texto e diretor, Mengarelli reuniu um elenco jovem: Abilio Ricardo Ramos, Blasi Jr., Claudia Ortiz, Fernando Marés, Marísia Bruning, Lalá Scramin, Pedro Moreira e Wellington. Convocou um bom compositor o - Careca e entregou a coreografia para Ana Kflouri e Ana Soares. Fernando Marés fez os cenários e figurinos. - Agora é [aguardar] a opinião do público" - diz Mengarelli. xxx Em seu portunhol - que quase l0 anos de Brasil ainda não corrigiram - Mengarelli fala com entusiasmo de seus trabalhos. Lembra experiências feitas no teatro e cinema na Argentina - como os curtas "El Cerco", "Amanhecer", "A Morte de Um Menino", "Avuela Salvador"e "Um Pouco de Cor Verde". Em Curitiba, nesses últimos anos, fez os curtas "O Besouro" e "O Mágico"- esse com o falecido Antonio Carlos Kraide num papel de destaque. Desenvolveu ainda dois outros projetos: o filme de animação "Staplam" e "Fantasia", já montado mais ainda a espera de sonorização. "o que acontecerá quando houver grana ". Há alguns meses, Mengarelli conseguiu, finalmente concluir um filme que havia iniciado há quase 5 anos: "Roça", com fotografia de Homero de Carvalho, montagem de Benê de Oliveira, rodou o filme em Pato Branco e numa fazenda nas proximidades de Curitiba. Inúmeras dificuldades marcaram esta produção - "desde a falta de recursos até intervenção da polícia quando fazíamos uma cena de ficção na Rua das Flores", esbraveja Hugo. Finalmente o filme ficou pronto e teve algumas poucas projeções na Cinemateca do Museu Guido Viaro. Quem assistiu, gostou!
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
20/09/1985

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