Sampaio, merece acontecer
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de setembro de 1976
Seis anos separam "Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua..." (Philips, 6349057, abril/73) de "Tem Que Acontecer" (Continental, 1-01-404-133, agosto/76) e realmente aconteceu uma mudança: brasileiramente, Sergio Sampaio optou por um válido caminho de fazer músicas brasileiras e com isso melhorou muito em relação as confusas músicas que mostrava em seu primeiro elepe, onde, numa faixa chegava a homenagear Raulzito Seixas, então ainda um ilustre desconhecido. O que mais valoriza "Tem Que acontecer"" são os excelentes instrumentistas que Sampaio escolheu para reforçar cada faixa, em registros isolados e dando uma grande sustentação as suas letras bem trabalhadas e interpretação expontânea. Acreditamos que grande parte deste mérito deve-se ao produtor Roberto Moura," disc-review" do semanário "Pasquim", e que se preocupou em dar ao elepe um acabamento excelente, inclusive detalhando data de gravação (3 a 29 de maio/76), ficha técnica de cada faixa. Sergio Sampaio buscou dar a cada música, a moldura instrumental requerida: assim o excelente Maurício Einhorn faz ouvir sua gaita de boca em "Que Loucura" e "Velho Bode", enquanto que em "Cabras Pastando" só se ouve o virtuosismo do violonista Piau, um nome a ser anotado. Instrumentistas do mais alto nível, como Abel Ferreira (sax soprano), João de Aquino (violão), Luizão (baixo elétrico), Waldir (violão de 7 cordas), Jonas (cavaquinho), Altamiro Carrilho (flauta), além dos percussionistas Luna, Eliseu, Marçal, entre outros e as vozes do Golden Boys e de As Gatas, auxiliaram a fazer com que se escute com grande acontecer cada uma das músicas de Sérgio Sampaio que, agora, merece acontecer em termos de sucesso: " Até Outro dia", " Que Loucura", " Cada Lugar na Sua Coisa", " Cabras Pastando", " Velho Bode", " O Que Pintar, Pintou", " A Luz e a Semente", " Quanto Mais", " Tem Que Acontecer", " Quatro Paredes" e " Filho do Ovo".
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