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Aramis

Artigos por data (1990)

No campo de batalha

Há muitos Paulinhos de talento na MPB. Vítola e da Viola são dois deles. Paulo Vítola, publicitário, poeta e compositor, foi quem fez as músicas de "Cidade Sem Portas" e não o grande Paulinho da Viola (Paulo César Batista Faria), também nosso grande amigo. Fica corrigido o engano dos nomes dos autores do musical sobre Curitiba. A propósito: a pedido de um grupo teatral da cidade, Paulinho Vítola e Adherbal Fortes de Sá Júnior estão dando uma reciclada, duas décadas depois, nas músicas e textos, para uma possível remontagem.

Mesmo com o pacote, Jung fará o Provídeo em maio

Enquanto os festivais de cinema entram em fase de hibernação, já que com a desativação da área cultural, fim da Fundação do Cinema Brasileiro, revogação da Lei Sarney, etc., desapareceram as chances de se viabilizar economicamente tais eventos - as feiras comerciais de vídeo serão estimuladas. Já que os cinemas - com ingressos entre Cr$ 100,00 a Cr$ 180,00 - se esvaziam, a locação de vídeos é um lazer relativamente barato e o mercado, acreditam os que nele operam, só tende a crescer.

Videonotas

A Warner continua a fazer lançamentos de categoria. Em seu último pacote, trouxe "Imagine", o documentário com material inédito de John Lennon e um dos melhores filmes de Francis Ford Coppola, "Vidas sem Rumo" (The Outsiders), que realizado no mesmo ano (1973) e baseado também em livro da mesma autora (S.E. Hinton) que motivou a obra prima "O Selvagem da Motocicleta" (The Ramble Fish), trouxe um elenco de jovens que explodiriam como grandes atores nos anos 80: Tom Cruise, C. Thomas Howel, Ralph Macchio, Patrick Swayne, Robe Lowe, Emílio Esteves e Matt Dillon. xxx

Marillion e outros conjuntos

A passagem do Marillion por Rio-São Paulo, há alguns meses, contribuiu para dar maior popularidade a este quinteto formado por Steve Hogarth (vocais), Mark Kely (teclados), Steve Rothery (guitarra), Peter Trewavas (baixo) e Ian Mosley (bateria-percussão). Aproveitando a evidência que a excursão do Marillion ganhou na imprensa nacional, a Odeon deu especial atenção ao novo elepê do grupo - "Season's End-Tracklisting", gravado no segundo semestre de 1988.

Cinema sem festivais neste ano de imagens desfocadas

E os festivais de cinema, hem? Depois do dia 16 de março, com a extinção da Embrafilme / Fundação Nacional de Cinema e as duras imposições do Plano Brasil Novo - levando também os benefícios da Lei Sarney - ninguém mais sequer se atreve a falar em festival de cinema. Afinal, se há o lado positivo, cultural e mesmo econômico, em eventos destinados a promover, divulgar e (às vezes) estimular negociações de filmes, o custo e o glamour com indispensáveis mordomias que cercam os eventos fazem com que os mesmo sofram, agora mais do que nunca, cortes viscerais.

... mas pelo resto do mundo, eles continuam acontecendo

Internacionalmente, entre os chamados "heavyweights" (pesos-pesados) eventos cinematográficos, a abertura é dada pelo Festival de Berlim, realizado entre 9 a 20 de fevereiro. Com uma sólida estrutura, a exemplo dos grandes festivais do mundo, não sofre problemas orçamentários - ao contrário, é um dos mais ricos e bem organizados, conforme Marcelo Marchioro, diretor teatral e estudioso de cinema, pode confirmar este ano, acompanhando-o nas três semanas em que acontece (no ano passado, Celina Alvetti, que também estava em Berlim como bolsista do Goethe Institut, já o havia coberto).

Uma justa homenagem ao grande Lupicínio

A exemplo da Sigla, que faz de montagens de fonogramas a receita certa para garantir um ótimo faturamento, a EMI/Odeon também está adotando esta forma. Afinal, nestes dias de crise, é a opção: a produção fica por custo mínimo e pode ser oferecido ao mercado com preços especiais.

Um concerto internacional na quente tarde de domingo

Aquela sensação cultural, de grande metrópole no qual concertos de primeiro nível, acontecem à tarde, foi saboreada pelos espectadores que compareceram domingo no Auditório Bento Munhoz da Rocha Neto: o concerto da Filarmônica de Moscou - o segundo em sua turnê brasileira - foi um dos acontecimentos mais importantes do calendário artístico deste ano e mesmo pagando ingressos a Cr$ 2.800,00, ninguém reclamou: raras vezes uma orquestra de tamanho nível artístico-profissional passou por Curitiba.

As dores teatrais, com as limitações de Taumaturgo

Na noite de quinta-feira passada, após a estréia de "Dores de Amores", no Auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, uma senhora de 50 anos, comentando a drástica informação carimbada no ingresso - "em hipótese alguma será permitida a entrada após o início do espetáculo", dizia: - "O pior seria se, em hipótese alguma, não permitissem que o espectador pudesse deixar o auditório no meio do espetáculo". Já outra senhora, 73 anos, há anos fã de Malú Mader pelos seus trabalhos na televisão, irritadíssima, dizia:

Baianos e Madame Goneau no Guaíra

Apesar da retração do público e um natural desaquecimento da produção, nem por isto faltam espetáculos nesta semana. Mozart Primo, ativíssimo, simultaneamente, coordena duas temporadas: a dupla Moraes & Pepeu (Auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, dias 18 e 19, 21h, ingressos a Cr$ 500,00 e Cr$ 400,00) e "Venerável Madame Goneau", comédia de João Bethencourt (Auditório Salvador de Ferrante, de 18 a 21; posteriormente apresentações nos dias 24 e 25 em São Mateus do Sul e 27 e 29 em Ponta Grossa). xxx

Maria Rita, o canto que o Brasil precisa ouvir

Cada vez que a Dell'Art traz a Curitiba um grande espetáculo como a Orquestra Filarmônica de Moscou - último domingo, no Guaíra, nos bastidores, eletricamente eficiente, está uma jovem capaz de resolver qualquer problema de última hora. Ela é Maria Rita Stumpf, gaúcha de São Francisco de Paula, 33 anos, que hoje é, com razão, o braço direito de Miriam Dauelsberg. Só que por trás da coordenadora geral de produção que há mais de 5 anos trabalha com a Dell'Art, está um dos grandes - e até agora imerecidamente, desconhecidos - talentos da música brasileira.

Mathias, o memorialista do petebismo paranaense

Embora alguns títulos tenham enriquecido a bibliografia sobre a política contemporânea, grande parte com origem em dissertações e teses de mestrados, ainda escasseiam estudos sobre os partidos em diversos Estados. O Paraná é um exemplo desta pobreza editorial, o que dificulta, inclusive, o trabalho de analistas de nosso comportamento político-social, pois só conhecendo-se os bastidores da vida pública, dos meandros partidários e daquela história "não oficial" - mas fundamental, é que se pode, muitas vezes, entender certos comportamentos e atitudes.

Walter Costa, o candidato que a política assassinou

Uma pauta para a editoria política seria a de levantar os homens que poderiam ter chegado ao governo do Paraná - ou ao menos influenciado em funções mais elevadas - se fatalidades, imprevistos e choques de percurso não os tivessem retirado, muitas vezes dramaticamente, das rotas políticas. Walter Guimarães da Costa (São Jerônimo da Serra, Paraná, 14/10/1922 - 31/12/1957) é um exemplo.

"O Terceiro Homem", com mestre Welles, em vídeo

Entre as distribuidoras independentes, a Vídeo Interamericana é uma das que tem sabido alternar lançamentos comerciais (leia-se medíocres, mas de resposta junto aos imbecilizados videotas que buscam passatempo nas locadoras) com obras de maior valor. Assim, o catálogo da VTI - Network tem hoje títulos que merecem atenção daquela faixa de consumidores que sabem buscar algo mais para as horas de lazer.

Videonotas

Voltada inicialmente apenas a filmes de arte - chegou a lançar "Hiroshima, Meu Amor", de Resnais (indicado para a premiação máxima na escolha da revista "Vídeo News"), a Sagres está rendendo-se ao comercialismo do mercado. Assim é que seu último pacote traz uma insossa comédia de Dick Clemente com Kirk Douglas e a francesa Marlene Jobert ("Um Espião por meu Marido", 1973), o pastiche "O Filho do Capitão Blood", 1972, de Tolio Demicheli, com Sean Flynn - na busca inútil do filão que consagrou seu pai, Erol; e "Uma Winchester entre Mil" (Itália, 1968, de Primo Zeglio).

Curitiba na visão dos especialistas do olhar

Curitiba vista por bons olhos. Ou melhor: por quem cuida da visão dos brasileiros. Neste fim de semana, aqui acontece o III Congresso Sul Brasileiro de Oftalmologia, trazendo mestres brasileiros e americanos para uma promoção cujo conceito tem crescido a partir de 1988, quando aconteceu em Gramado, Rio Grande do Sul, o primeiro congresso. Já em maio, de 23 a 26, a Fundação Aristides de Athayde, patrocina o IV Congresso Oftalmológico e IV Seminário Paranaense sobre Deficiência Visual. Eventos autônomos, ambos com presenças importantes no campo da oftalmologia.

Quase 20 mil garantem o policiamento no Paraná

Qual o efetivo da Polícia Militar no Paraná? Há alguns anos, nos tempos nervosos da ditadura militar, a simples formulação desta pergunta faria com que irritados oficiais achassem que por trás da curiosidade jornalística se esconderiam terríveis planos subversivos. Hoje, em novos tempos, a informação é clara e sai na primeira página do Diário Oficial do Estado.

No campo de batalha

Como fazem desde 1962, os irmãos coragem da cinematografia curitibana - Erasmo e Jorge Souza, não deixam de programar na Sexta-feira Santa a projeção de "Paixão de Cristo", no Cine Morgenau. Este ano, mais uma vez, confirmou-se que ainda há religiosidade cinematográfica: as cinco sessões em que a velhíssima cópia de uma versão dos tempos do cinema mudo, possivelmente realizada na França, pela Pathé, em 1917, teve 1.150 espectadores.

Só uma estréia na semana que tem ótimos programas

Ufa! Demorou mas aconteceu! Enfim, uma semana tranqüila para quem já conseguiu assistir todos os (importantes) filmes que chegaram nesta temporada pós-Oscar. Com exceção de "Eles Vivem" (They Live), de John Carpenter (Cine Plaza, desde ontem), somente continuações e reprises.

Munhoz da Rocha, a cidade rural que virou fantasma

Uma cidade de características especiais, integrada à zona rural, planejada em forma de curvas de níveis, numa região totalmente nova. Toda uma arquitetura especial, valorizando material econômico, com características especiais e, principalmente, voltando-se à integração do homem à terra. Sonho de algum arquiteto-ecologista pensando neste final de milênio, no qual a qualidade de vida urbana decai cada vez mais e, rousseanamente, há uma busca do paraíso perdido entre o ver e a natureza? Nada disso. Em absoluto.
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