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João Gilberto

Luciano e seu grande amor pela nossa MPB

Na segunda-feira, 13, Luciano Lacerda pediu a um de seus filhos que fosse a loja da FUNARTE para adquirir os livros sobre João de Barro ("Yes, Nós Temos Braguinha", de Jairo Severiano), Capitão Furtado (de autoria de J. L. Ferreti) e Custódio Mesquita (de Bruno Ferreira), que haviam chegado há poucos dias. A grave doença que o mantinha na cama, não impedia que Luciano, 66 anos, mantivesse o interesse por aquilo que mais amou depois de sua família, ao longo de sua vida: a música brasileira.

Geléia Geral

Dentro da música religiosa, os cantos gregorianos constituem um gênero muito especial. Com uma tradição milenar, esta forma de expressão religiosa-musical tem ampla bibliografia e extensa discografia, infelizmente pouco editada no Brasil. No Paraná, possivelmente um dos maiores estudiosos e conhecedores de cantos gregorianos é o jornalista Aroldo Murá Gomes Heygert, homem de profundas convicções religiosas e que, com bom gosto, vem construindo uma discoteca especializada.

Uma reedição de Johnny Alf, talento esquecido

Existem determindados artistas que infelizmente ficam esquecidos do público e marginalizados na indústria cultural. Na música popular, a comercialização que tomou conta das gravadoras, veículos de divulgação - especialmente FMs e redes nacionais de televisão - e atingindo as novas gerações fez com que alguns de nossos maiores talentos, desiludidos com a falta de oportunidades se tornassem exilados artisticamente em seus próprios países.

Geléia Geral

É tão grande o número de compositores-intérpretes na disputa de um espaço que muitos talentos se perdem da geléia dos lançamentos muitas vezes se confundem inclusive nos gêneros, pela falta de melhor trabalho de marketing. Por exemplo, Chico Bezerra, em lançamento da Continental ("Eterna Viagem", dezembro/87) pode até parecer mais um brega, entre tantos intérpretes nordestinos que encontram apoio na nova fase desta gravadora.

DECLARAÇÃO DE VOTO

Sem considerar os elepês de Beth Carvalho e Maria Bethânia - que, lançados neste finalzinho de ano, ainda não chegaram aos nossos ouvidos - pode-se dizer que 1986 foi, mais uma vez, um ano de canto das mulheres. A começar pelo retorno, há tanto ansiosamente aguardado, da Divina Elizeth Cardoso, 66 anos, que num álbum comemorativo aos seus 50 anos de carreira, foi carinhosamente produzido pelo seu mais ardoroso fã, o poeta e animador cultural Hermínio Bello de Carvalho.

Reencontro do "ludus"

Graças à sensibilidade, simpatia e amizade de Osny Bermudes, ex-homem de tv, hoje na assessoria de relações públicas da Telepar, um acontecimento tão emocionante quanto musicalmente histórico, aconteceu na noite de sábado, no amplo apartamento do professor e advogado Aristides Severo Athayde. Pela primeira vez, em 11 anos, o Ludus Tercius se reencontrou instrumentalmente: Gebran Sabbag no piano, Norton Morozowicz no baixo acústico e flauta e Guarany na bateria.

Miltinho, do MPB-4, em seu bom lp solo

Rui (Alexandre Faria, Combuci, RJ, 1938) foi o primeiro. Há dois anos, pela Barclay, fez seu elepê solo. Sem que isto significasse a separação do MPB-4, grupo vocal formado há 24 anos, em Niterói. Agora é Miltinho (Mílton Lima dos Santos Filho, Campos, RJ, 1944) que também faz seu disco solo ("New Malemolência", etiqueta MilTons, distribuição da Fonobrás).

Os múltiplos talentos do bom baiano Leonel

A individual do pintor potiguar-baiano Leonel flores Brayner, 49 anos, hoje, na Galeria Momento-Arte se constitui num dos eventos da semana. Embora coincidindo com dois outros badalativos acontecimentos - o coquetel de comemoração do 7º aniversário da revista "Quem" e a estréia de "Feliz Páscoa", de Jean Poiret, com Paulo Autran, no Guaíra - a mostra do criativo artísta plástico nordestino deverá ser prestigiada por uma multidão de amigos.

Um homem, Uma mulher

GEBRAN, OS TECLADOS - Se conseguisse dedicar-se apenas a sua oficina eletrônica ele seria um homem quase rico. Ao menos, dono de uma empresa que poderia concorrer até na fabricação de aparelhos de som. Afinal, poucos conhecem tão bem os segredos da eletrônica. Se tivesse dedicado-se apenas ao teclado, poderia estar no mesmo nível de tecladistas como Cesar Camargo Mariano ou Luisinho Eça. Afinal, seus dedos nas brancas teclas produzem sons que vem do coração.

João Gilberto e a maravilhosa neurose em busca da perfeição

A história se repete. Como em junho de 1981, quando, dentro de um clima de mistério e muitos segredos, finalmente era lançado "Brasil", as páginas dos mais importantes veículos da imprensa brasileira abriram-se espontaneamente para saudar o retorno de João Gilberto ao disco. E na companhia de três outros ilustres baianos: Caetano Velloso, Gilberto Gil e Maria Bethania - num projeto que teve uma cara gestação de nove meses entre São Paulo-Rio-Nova Iorque, até atingir a perfeição que João sempre procura.
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