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Aramis

Adeus, Olinda

Nossa gorda, querida e feliniana Olinda Wischral foi iluminar ainda mais as estrelas. A imagem é comum, talvez, mas quem conheceu Olinda sabe que ela sempre foi iluminada. Uma mulher de alto astral, assumidamente e bem humorada em seu físico robusto, que lhe dava uma característica toda sua - e que a fazia uma presença vigorosa nas peças em que atuava. Olinda morreu sem ver publicado seu livro de poesias - que vinha prometendo há muito tempo e sem poder estrear a peça "Foi bom, bem"; que nesta sexta-feira, iniciaria carreira no Teatro 13 de maio. Muitos necrológicos e depoimentos de amigos, a partir de ontem, registram agora a ausência de Olinda. Amiga sempre presente, atriz competente e que, em peças de Kraide - outro que se foi, prematuramente jovem - como "Rocky Horror Show"; Oracy Gemba (entre outras, "A reputação dos Quatro Bicos"), José Maria Santos ("Além do Horizonte"), Aílton Silva ( "A Noite dos Assassinos", "Crimes Delicados") - Olinda sempre mostrou uma grande dignidade profissional. No nosso pequeno mundo artístico em que talentos e bons caracteres fazem falta, a morte de Olinda é chorada e sentida. Realmente, os bons morrem cedo!
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
09/10/1987

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