A estreante Shanice e La Toya, a irmã dos Jacksons
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de julho de 1992
Duas cantoras, de familiares tradições, chegaram em suas gravações no Brasil, para disputar as preferências jovens. Apesar de idades diferentes, tem um público alvo bem definido.
Shanice Wilson, filha da cantora Crystal Wilson, nascida em Pittsburgh, aos 7 meses já "cantava" como quer fazer acreditar o release promocional. Verdade ou mentira, aos 11 anos a garotinha gravava "Discovery", que emplacou faixas nos Top Ten americanos. A voz com cinco oitavas de alcance, madura demais para a idade, impressionou meio mundo e não demorou para ela conhecer a pessoa que daria o impulso a sua carreira: Narada Michael Walden, produtor favorito de dez entre dez cantoras pop americana.
Walden produziu "Inner Child" - agora editado pela Polygram no Brasil que tenta dar um plano geral do rap ao R&B, do funk ao soul, na voz de uma cantora que acaba de completar 18 anos. Canções para consumo fácil, falando de desencontros, festas, dores de cotovelo, uma paixão por semana, uma melhor amiga por dia - enfim tudo que é próprio desta doce fase da vida: a adolescência. Isto está em canções como "Slice of Life", "Keep Your Inner Child Alive", "I Love Your Smile", "Stop Cheatin", etc.
Já La Toya Jackson carrega o peso de uma das famílias mais bem sucedidas no show business de consumo: do superstar Michael a mana mais nova, Janet, são 8 Jacksons, cinco dos quais começaram no "Jackson Five", que buscam, cada um suas próprias carreiras.
Dentro de uma natural busca de própria identidade - e para não ser apenas mais uma "irmã de Michael". La Toya tem esnobado: posou nua para a "Playboy" americana, conseguiu ficar entre as 10 mulheres mais bem vestidas do mundo, além de cantora é compositora, dançarina, coreógrafa e atriz e no ano passado publicou um livro explosivo: "La Toya: Crescendo na Família Jackson" (breve lançamento no Brasil). Onde dispara farpas aos irmãos, especialmente contra Michael, e faz uma grave revelação: seu pai, a molestou sexualmente quando criança.
Agora, no álbum "No Relations" (Toco/Polygram), ela pede numa das canções ("Submission"), que seus irmãos façam como ela, tomem coragem e denunciem tudo o que sofreram para que os crimes contra crianças em todo o mundo parem de acontecer.
"No Relations" é uma espécie de continuidade dançante de seu modo rebelde de ser, numa linguagem angry e bem humorada. Gravado em cinco países (EUA/Alemanha/Inglaterra/Bélgica/Holanda) traz do hip hop ao soul, numa mistura dançante que vai de "Sex Box" a "Let's Rock The House", incluindo citações de mambo, rap, reggae e outras danças de modismos.
Nos múltiplos agradecimentos que La Toya faz são citados desde Hugh "Playboy" Hefner e a ex-primeira dama americana Nancy Reagan até a carioca Marisa Monte. Por que não se sabe!
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