Key & nossa arte gráfica
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de agosto de 1987
Não há no Paraná (e poucos no Brasil), nenhum quadrinista mais organizado que Key Imaguire Jr. Arquiteto e professor, especializado em projetos de restauração, Key investe suas horas livres, seus recursos financeiros e, especialmente, seu entusiasmo, em tudo que se refere a quadrinhos e arte gráfica. Com sua modéstia oriental, pouco circula mas caracteriza pela competência aquilo que promove. Por isto, é inexplicável que a mostra "Arte na Literatura Gráfica do Paraná", que organizou para o Museu de Arte Contemporânea (inaugurado dia 18 de agosto) não tenha obtido a divulgação merecida.
xxx
Com o apoio da Xerox do Brasil, Key Imaguire Jr., assessorado por Denise Palmeira, procurou montar 50 painéis nos quais mostra a "literatura gráfica" no Paraná - a partir do pioneiro João Pedro, o mulato - que o falecido professor e colecionador Newton Carneiro identificou como o primeiro caricaturista brasileiro - até a geração mais contemporânea de desenhistas. Key, com sua experiência, procurou reunir o que de mais importante foi produzido, fazendo um verdadeiro trabalho de garimpagem - destacando até o que chama de "Ciclo Grafipar" nos anos 70, que revelou muitos quadrinistas.
Ex-diretor da Casa Romário Martins - na qual marcou por importantes exposições - Key mostra-se pessimista com a produção atual na área da "literatura gráfica".
- "Com a crise do fim do "milagre", ao iniciarem-se os anos 80, a atividade se reduz praticamente ao nível institucional, representando, enfim, uma assimilação oficial da linguagem cartunística e quadrinística.
Enviar novo comentário