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Aramis

Nossa MPB em um bom debate

Quatro pessoas preocupadas com os vários segmentos da música brasileira - criação e produção, direitos autorais, mercado de trabalho, interferência (e apoio) estatal, métodos alternativos de divulgação etc - estarão amanhã à noite, na Sala Scabi, do Solar do Barão, para um democrático encontro com a classe musical da cidade. Hermínio Bello de Carvalho, diretor do Departamento de Música Popular do Instituto Nacional de Música/ Funarte; Luiz Gonzaga Jr., compositor e intérprete; e Fernando Brandt, poeta, letrista e animador cultural, todos fundadores da Sombrás, há alguns anos, mais o mineiro Hildebrando Fontes, um dos organizadores do Encontro de Araxá, aqui estarão para o encontro, organizado pela mignon Glacy Gottardello, responsável pelas atividades do Solar do Barão. É importante discutir a questão musical. Que os compositores, intérpretes e compositores locais levantem propostas, especialmente quando se nota um interessante fato: dezenas de casas noturnas estão abrindo espaços para música ao vivo. Concretizando-se - embora ainda em escala tímida - um antigo desejo da classe, proprietários de bares e restaurantes, entenderam que contratar dois ou cinco músicos, eventualmente um(a) cantor(a), não é despesa e, sim, investimento. Além de poder abater do pagamento do ICM o que é gasto com esses profissionais, os donos de casas noturnas que oferecem música ao vivo, ao invés da monótona e irritante mustake (música enlatada), sentem o movimento aumentar, especialmente nos fins-de-semana. Pequenos bares como o Espalhafato e pizzarias como a Pizzaiolo ou a Porthos, esta com atração permanente o pianista Lázaro, senhor de um público fiel e amigo que o acompanha a todas as casas nas quais ele se apresenta, tiveram maior freguesia a partir do momento em que passaram a oferecer música ao vivo. Os bons pianistas - como Bráulio Prado, Fernando Montanari ou mesmo o instável Gebran Sabbag - são requisitados para ambientes mais sofisticados e até grupos que apresentem música menos convencional, como o duo Quintal de Clorofila, também encontram, felizmente, novo mercado de trabalho, que pode - e deve - crescer. Se, ele um lado, as boates na [forma] tradicional dos anos 50 e 60, entraram em decadência (e com isso se fechou importante canal profissional, para conjuntos e mesmo pequenas orquestras), as pequenas casas, com uma frequência basicamente jovem, abrem-se como uma alternativa. E um dos aspectos, entre muitos que justificam uma discussão sobre a música. É que, num debate como o de hoje à noite, devem aflorar em ampla e cordial troca de idéias.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
13
25/06/1985

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