Som-boite de Vinhas e a revelação de Eliane
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 08 de fevereiro de 1986
Pianista da noite carioca, dono de um estilo suave e harmonioso, Luís Carlos Vinhas é da geração do Bottle's, Little's e Bacará, entre outros clubes noturnos do Rio de Janeiro, onde a Bossa Nova nasceu. Mais limitado do que outros tecladistas daquela época - como Luisinho Eça, Johnny Alf ou Sérgio Mendes, Vinhas permaneceu mais num som de boate, com alguns poucos discos mais audaciosos, entre eles o "Novas Estruturas" (Forma, 1965), há muito merecendo uma reedição da Polygram - que detém o acervo da histórica etiqueta de Roberto Quartin.
Vinhas tem, entretanto, um estilo suave e gostoso - ideal para emoldurar romances e o exemplo disso está na agradabilíssima seleção de "O Piano Mágico de Luiz Carlos Vinhas" (Sigla/ Som Livre), no qual ao lado de Edson Vidal (bateria) e Almiro Barros (baixo), desfila um repertório que vai do clássico "As Time Goes By" (Hupfeld) e "Manhattan" (Rodgers/ Hart) a clássicos de Jobim ("Ligia"), Johnny Alf/ Maurício Einhorn ("Disa") e Francis Hime ("Minha"). Um disco agradabilíssimo, que substitui a falta que faz um pianista versátil e suave como Vinhas na noite curitibana. Afinal, os nossos harmoniosos Lázaro e Beethoven Jr. (Acácio), trabalham em pizzarias infames da Rua Carlos Cavalcanti, indignas de seu talento.
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Falando em piano, uma gostosa revelação: Eliane Salek. Pianista desde os 6 anos, premiada no concurso da Escola de Música da UFRJ, estudando também flauta (chegou a integrar a sinfônia da UFRJ, em 77) e participar da Sinfônica da Rádio MEC, 1977/78, Eliane vem estudando canto para desenvolver melhor seu trabalho de intérprete e compositora. No ano passado, com apoio de alguns amigos - e entusiasmo de instrumentistas como Raul Mascarenhas, Lubambo, o cantor Jessé, Paulo Russo etc. - Eliane fez um ótimo lp independente ("Baiôro"), mostrando quatro composições próprias - "Pra Brincar", "Valsa Triste", "Dia de Festa" e "Baiôro", ao lado de outros temas bem escolhidos - dos brasileiríssimos "Tico-Tico no Fubá" (Zequinha de Abreu) e "O Xote das Meninas" (Luiz Gonzaga/ Zé Dantas) e três clássicos internacionais - "Summer of 42" (Legrand), "Summertime" (Gershwin) e "On the Sunny Side of the Street" (Dorothy Field/ Jimmy McHugh), mostrando todo o seu talento no piano acústico. Uma grata revelação em termos de pianistas e uma compositora que promete. Apostamos em seu talento.
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Antecipando-se ao lançamento do filme, a CBS já colocou nas lojas a trilha sonora de "Rocky IV", a quarta saga pugilística de Sylvester Stallone - roteirista, diretor e intérprete. Como na terceira parte - em reprise no Lido I - este "Rocky IV" traz uma trilha incrementada em rocks da pesada e garantirá, por certo, o retorno do grupo Survivor, que na fita anterior interpretava "Eye of the Tiger" (repetido agora) mas com uma nova música - o vibrante "Burning Heart", de autoria de Jim Peterik/ Frankie Sullivan. Mas há outras atrações: James Brown no ufanista "Living in America", o grupo Go West com "One Way Street", Gladys Knight com "Double or Nothing". Desfilam ainda na banda sonora de "Rocky IV" - quando o americano enfrenta o campeão russo, disposto a derrotá-lo de qualquer forma - intérpretes vocais como Vince Di Cola ("War" e "Training Montage", exclusivamente instrumentais), Robert Tepper ("No Easy Way Out") e Joe Esposito ("Hearts on Fire"). Apesar dos méritos e comunicação destes artistas incrementados - que devem garantir boa carreira ao lp - preferimos ainda a unidade que Bill Conti deu na sound track do primeiro "Rocky", dirigido por John G. Avidsen - e que foi a grande chance de Stallone se transformar em superstar.
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Made in Brazil, grupo de Rock formado há 9 anos, em São Paulo, pelos irmãos Osvaldo e Celson Vecchione, continua a resistir. E com seu sexto lp ("Deus Salva... O Rock Alivia") voltam-se ao heavy metal da pesada, com músicas inéditas como "Godzilla", "Cometa Rock", "Armagedon", "A Revolta dos Deuses" etc. A violência é a temática das músicas do Made in Brazil, que já na capa sugere uma imagem punk e assustadora.
O grupo é formado atualmente pelos irmãos Vecchione, mais Dimas Zanelli (bateria), Daniel Gerber (guitarra), Ana Ares e Marcia Munhoz, nos vocais.
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