De Paris, um som do velho realejo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 18 de junho de 1985
COMO raramente se tem oportunidade de assistir, ao vivo, artistas franceses (afinal, Curitiba acaba ficando fora dos roteiros nacionais dos grandes eventos culturais), não deixa de ser uma ótima opção a apresentação que acontecerá, amanhã, no Teatro Paiol: o recital dos irmãos Amara, parisienses, 39 e 38 anos respectivamente, que se dedicam a um tipo popular de música, acompanhados por um instrumento tipicamente francês do início do século: o realejo, que restitui sons com o auxílio de cartões perfumados.
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Os frères Amara tiveram a primeira grande oportunidade há seis anos, quando Georges Moustaki, nome maior de música francesa, os convidou para a abertura de seu espetáculo no Olympia. Depois, Jacques Chancel os levou para o programa de televisão "Le Grand Echiquier" (O Grande Tabuleiro Xadrez) e, no ano passado, com patrocínio da Aliança Francesa, excursionaram pela Ásia e Oriente Médio. Estiveram ainda nos festivais de Friburgo (Alemanha Ocidental) e Rennes.
Agora, após sua participação num filme para televisão ("Thérèse Imbért"), contracenando com Simone Signoret, estão excursionando pela América do Sul.
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Artistas populares, que procuram, sempre que possível, apresentar-se nas ruas, os frères Amara quando estão em Paris têm encontros dominicais com outros artistas na Ponte Saint-Louis, atrás da Igreja de Notre Dame. Só na França, já fizeram mais de 30 apresentações, patrocinadas pela Juventude Musical.
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Com o lirismo do realejo e a poesia francesa, les frères Amara deverão lotar, amanhã à noite, o Paiol.
LEGENDA FOTO - O som de realejo num espetáculo especial amanhã no Paiol.
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