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Folha de São Paulo

Um belo duo que vai do clássico ao jazz

As aproximações entre o clássico e o jazz são mais frequentes do que se possa imaginar. Afinal, para um grande virtuose tanto a chamada música erudita como a liberdade do improviso jazzístico oferecem idêntica fascinação. Friedrich Gulda, por exemplo, sempre contrapôs aos seus célebres recitais eruditos com espontâneas jam-sessions - muitas das quais registradas em elepê, como a recente "The Duet", com Chick Corea, lançando num belíssimo lp da Barclay há poucos meses.

A bela poesia do Sul

Luiz Coronel, poeta, letrista, publicitário e intelectual gaúcho - vencedor de muitos festivais de música nativista com suas belíssimas composições, especialmente o ciclo da "Gaudêncio Sete Luas" - é um dos mais fervorosos admiradores de um conterrâneo dos pampas, cujo talento ainda não foi suficientemente reconhecido: Carlos Nejar. Para Coronel, Nejar está numa categoria especial de poetas - a parte dos já monstros-sagrados Drummond ou do também gaúcho Mário Quintana.

Ney e Emílio, o canto de cada um

Durante alguns anos o Brasil ficou sem cantores. Com as patifarias que Wilson Simonal andou fazendo e que praticamente liquidaram com sua carreira, perdeu-se um bom cantor. Os autores passaram a ser os próprios intérpretes e reduziu-se, infelizmente, o número dos chamados canários - enquanto as cantoras se multiplicaram nestes cinco últimos anos. Felizmente, fortaleceram-se alguns talentos. Dois deles são Ney Matogrosso e Emílio Santiago.

Phil, múltiplo talento inglês

A estrela do inglês Phil Collins (Chiswick, 1951) é das mais brilhantes: baterista e vocalista do grupo Genesis, já acompanhou Brian Eno, Robert Fripp, Robert Plant, fez uma banda de jazz-fusion, é produtor de discos, arranja, toca teclados, bateria e canta. No ano passado, com música-tema do filme "Paixões Violentas" (Against All Odds, de Taylor Hackford), emplacou o primeiro lugar nas paradas de sucesso e teve indicações ao Oscar (melhor canção, perdendo para "I Just Call to Say I Love You", de Stevie Wonder, de "A Dama de Vermelho") e Grammy.

Artigo em 13.11.1984

O cineasta Guido Araújo, professor de cinema da Universidade Federal da Bahia e organizador das hoje consolidadas Jornadas de Curta-metragens, veio diretamente da Venezuela - onde foi júri no festival de cinema em Merida - para Curitiba, no último fim de semana. A convite de seu amigo Francisco Alves dos Santos, conservador da Cinemateca do Museu Guido Viaro, Guido trouxe os filmes premiados na última (a 13ª) Jornada, realizada agora em Cachoeiro.

No campo de batalha

O concerto do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo (Sala Scabi, Solar do Barão, hoje, 21 horas) dará oportunidade do público ver a evolução artística de uma talentosa instrumentista curitibana: a violinista Maria Luiza Brandão, que ao lado de Maria Vischnia, Alejandro de Leon (viola) e Zygmunt Kubala(celo), faz parte deste quarteto definido pelo crítico Enio Squeff, da "Folha de São Paulo" potencialmente capaz para chegarão nível de excepcionalidade". *O Quarteto apresentará peças de Haydn, Oswaldo Lacerda e Beethoven.

"Metrópolis de Lang e o som de Gilberto

HOUVE mudanças na programação da Cinemateca do Museu Guido Viaro e assim hoje será exibido "Metrópolis", clássico do expressionismo alemão que Fritz Lang (1890-1976) realizou em 1926. É uma boa oportunidade de se (re) ver este filme, tal como foi apresentado durante mais de meio século, pois em janeiro próximo a Art Filmes estará lançando a cópia em 35mm, que submetida a um processo de colorificação e recebendo trilha sonora de Giorgio Moroder, busca atingir as faixas mais jovens.

Artigo em 30.08.1984

Depois do boom em Curitiba, os merchand-de-tablaux estão sentindo a prosperidade do mercado no Interior. Afinal, em Londrina, há 11 anos existe a Bahiarte, que, para comemorar aniversário (e o cinqüentenário da cidade), organizou uma dupla festa, na noite de amanhã: o lançamento de Maria de Todo o Dia", da londrinense Maria Elisa Ferraz Paciornick, e coletiva de pintores de renome nacional. xxx

Os paranaenses e o Paraná em Brasília

BRASÍLIA, Outubro - Piraquara virou Serra Dourada - uma cidade imaginária, mas próxima a Curitiba (fotografada na beleza de sua Rua das Flores e Praça Garibaldi) para algumas seqüências de << Janete>. Com este filme polêmico e que levou 3 meses para conseguir a liberação da censura, foi aberto, na segunda-feira, 24, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em sua XVI edição.

Leminski, agora a vida de Jesus

Paulo Leminski, 39 anos, publicitário, poeta e letrista de música popular, decidiu ser bastante rigoroso na escolha dos intérpretes de suas músicas. - "Como não vivo de meus direitos autorais como compositor, posso escolher a vontade. Quem começou tendo uma música ("Verdura") gravada por Caetano (Velloso), tem que ser cuidadoso..."
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