Os Homens & Os Fatos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de junho de 1974
Em caráter particular, especialmente para visitar a mostra de um de seus melhores amigos, Poty, no hall do Badep, chegou ontem a Curitiba o mais Imortal da Academia Brasileira de Letras, um dos mais conhecidos romancistas brasileiros e, há uma semana, também diretor da Rádio Ministério da Educação: José Cândido de Carvalho. Publicado em 1964, pelas Edições "O Cruzeiro" - revista da qual é redator desde 1956. "O Coronel e o Lobisomem" permaneceu desconhecido e recebendo poeira nas prateleiras das poucas livrarias que o adquiriram até 1970, quando a José Olympio o reeditou como volume 82 da Coleção Sagarana, ilustrado por Poty. Então o público descobriu o extraordinário romancista, que em 1939 já havia publicado outro importante livro ("Olha para o Céu, Frederico") e que viu, até agora, 17 edições do "Coronel e o Lobisomem" se esgotarem rapidamente. O que animou José Cândido, 60 anos, a concluir outros livros, entre os quais "Porque Lulu Bergantim não atravessou o Rubicon".
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Aldo Lubes, 35 anos, siciliano desde 1958 no Brasil, comemora hoje o 9º aniversário da Academia Kodokan, inaugurada pelo mestre 5º grau em karatê Minoro Kamada, 58, no Edifício Moreira Garcêz e que desde 15 de setembro do ano passado funciona em sede própria, no Edifício Ritz. Com 200 alunos - metade dos quais crianças à partir dos 4 anos, Aldo foi o pioneiro do ensino no karatê no Paraná, no qual é faixa preta, 1º grau (em judô já chegou ao terceiro grau). Antes de se interessar pelo esporte, Aldo foi maitré da Casa de Chá "Fontana de Trevi", abrindo posteriormente uma simpática uiscaria na galeria do Edifício Asa ("La Lupa de Roma"), mas que durou pouco tempo. Hoje Aldo, quartanista da Escola de Educação Física e Desportos do Paraná dedica-se exclusivamente ao esporte e à diversão de sua academia de Judô Kodokan e Nihon Karatê Kyokai, onde inicia as aulas, saudavelmente, às 5 horas da manhã.
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Aproveitando suas férias universitárias, o professor Wilson Martins, 53 anos, está na cidade, de onde saiu há 12 anos para assumir um cargo na New York University, ali permanecendo lecionando apenas em cursos de pós-graduação em Literatura brasileira. Confessando que por dar suas aulas em português e diariamente ler uma média de 50 páginas das dezenas de livros que recebe regularmente - é um dos mais respeitados críticos literários do País, colaborador do "O Estado de São Paulo" desde o primeiro número do Suplemento Literário - o autor de "Um Brasil Diferente" (1953) diz que apesar de viver próximo à Greenwich Villge, "há 20 minutos da Broadway", nem sentiu o tempo passar e se mantém profundamente arraigado ao Brasil. Atualmente vem trabalhando em seu maior projeto intelectual: uma interpretação pessoal da Inteligência Brasileira, que prevê para 3 volumes, mas que só entregará ao editor quando escrever a última frase. "Não quero correr o risco de deixar a obra incompleta", explica.
LEGENDA FOTO 1 - Aldo
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