Bossa Nova
Maria Cristina, a executiva cultural
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de fevereiro de 1989
Professora, com formação na área de antropologia e filosofia, tendo exercido o magistério, vários cursos no Exterior, mulher refinada e inteligente que, em viagens pelo mundo aprendeu a valorizar a arte e a cultura, Maria Cristina Vieira há três anos, modestamente, fez de uma pequena galeria de arte na rua Dr. Pedrosa um centro cultural que, proporcionalmente, fez mais eventos que a Fundação Cultural/Secretaria Estadual de Cultura.
Geléia Geral
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de fevereiro de 1989
Mais um baiano nas águas do reggae: Ricardo Chaves. O moço conseguiu fazer de "Eva" (sucesso do extinto Rádio Táxi no início dos anos 80) num excêntrico tecnoafoxé (?) que foi dos mais tocados nas FM's de Salvador (que prestigiam demais os autores da terra). Formado em administração de empresas. ex-integrante da banda Cabo de Guerra, premiado várias vezes em Salvador, com um disco independente, agora Chaves chega pela CBS com um reggae ecológico logo na abertura, "Mãe Natureza" (Luciano Gomes), que puxa outras músicas de embalo, que, ao menos na Bahia, têm seu público.
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Chega se Saudade! Ao menos em Londrina, Bossa Nova tem lugar
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de julho de 1989
Para evitar que se repita a frustração do Projeto Pixinguinha - 1989 - que desviou sua rota para o eixo Foz do Iguaçu-Cascavel, já que não houve condições de conciliar o (ocupadíssimo) calendário dos auditórios do Teatro Guaíra, com a programação musical que este ano terá 8 espetáculos do melhor nível (e que os curitibanos não assistirão), Cláudio Ribeiro, recém empossado diretor da divisão de Música Popular da Secretaria da Cultura, está fazendo das tripas coração para que não se perca, em termos locais, outra grande promoção: "Bossa Nova: 30 Anos / Chega de Saudade".
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Sérgio Ricardo, agora pintor, quer mostrar suas telas aqui
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 23 de setembro de 1989
Sérgio Ricardo esteve no início da semana em Curitiba. Veio não apenas para assinar o contrato de autorização para que o Ballet Guaíra apresente "Flicts", com sua música (temporada de 4 a 9 de outubro), mas aproveitou para fazer contatos também numa nova área: a de artes plásticas. É que há alguns anos o autor de "Zelão" vem se dedicando a criar esculturas, óleos e desenhos - que, finalmente, agora decidiu mostrá-las de forma mais profissional.
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E Curitiba ficou fora do roteiro da Bossa Nova
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de agosto de 1989
Cláudio Ribeiro, diretor da divisão de Música Popular da Secretaria da Cultura, quebrou lanças mas não conseguiu vencer a burocracia (e apatia) que faz com que Curitiba continue perdendo bons espetáculos. Assim, o revival "Bossa Nova, 30 Anos / Chega de Saudade", já iniciado em Londrina com as apresentações do Quarteto em Cy - e que também entrou no roteiro de Cascavel - não virá mesmo a Curitiba.
A cantora e o poeta. Orfandade!
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de junho de 1989
Na quarta-feira, 7, chuvosa, fria e cinzenta, com a diferença de poucas horas, morreram mais dois amigos: no Rio de Janeiro, Nara Leão. Em Curitiba, Paulo Leminski.
A cantora e o poeta, unidos, ironicamente, na mesma data terminal. A tristeza e a dor que chegou a muitos que os conheceram e souberam amá-los e admirá-los vem com o gosto de revolta: por que, jovens ainda - ela com seus 47 anos, completados no dia 19 de janeiro, ele com seus 44 anos, deixam este nosso mundo que fica mais triste sem eles?
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Gil, deus da Mu dança num momento harmonioso
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de junho de 1989
Aos 47 anos - a serem devidamente comemorados na terça-feira, 27 de junho, Gilberto (Passos) Gil (Moreira) começa a se livrar daquela síndrome de Peter Pan. Em sua inegável criatividade e ligação com o que há de novo no mundo musical, Gil, desde 1963 - quando fez sua primeira música ("Felicidade Vem Depois", 1963, um samba bossa-nova ao estilo de seu ídolo João Gilberto) sempre esteve antenado com o novo.
Poeta do ar e da terra naqueles anos dourados
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de junho de 1989
Não seria em poucas linhas de uma coluna que se poderia sintetizar a vida e a obra de uma pessoa da dimensão de Paulo Soledade - merecedor há muito de ser tema para uma das próximas edições do projeto Lúcio Rangel (monografias da MPB) que Hermínio Bello de Carvalho promove há 16 anos pela Funarte.
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Miúcha e Francis num show que devolve a MPB ao Paiol
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de julho de 1989
A responsabilidade sempre foi enorme. Irmã de um monstro sagrado da MPB - Chico, de família de intelectuais e músicos, mulher por muitos anos do "papa" (perdoem o lugar comum, mas não já jeito de evitá-lo) da Bossa Nova - João Gilberto, e mãe também de uma graciosa cantora - Bebel. Portanto, Miúcha é daquelas pessoas a quem, mais do qualquer outra, se cobra uma performance artística maior. Capaz de inibir mesmo a mais segura das pessoas.
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Os belos sorrisos que Miuchinha sabe cantar
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de julho de 1989
Por uma destas (boas) coincidências musicais, dois discos trazem as vozes das irmãs de Chico Buarque. Assim como CBH foi, antes de tudo, sempre, o compositor maior da resistência lírica-política nestes últimos 25 anos, suas irmãs nunca pretenderam a condição de vocalistas maiores. São moças que cantam bonito, afinadamente, dentro de uma linha de brasilidade, de raízes (Christina) ou, especialmente, num espaço maior, com fluídos da Bossa Nova pela própria convivência familiar com João Gilberto (Miúcha).