No domingo, o cine Vitória bateu todos os recordes de bilheteria em Curitiba: "Quem não corre... vôa" (The cannonball run) faturou em apenas um dia, quase Cr$ 1 milhão de cruzeiros - soma que mesmo grandes produções não chegam a atingir em duas semanas de exibição comercial.

No excelente documentário "Opinião Pública" (1967, de Arnaldo Jabor), um dos poucos artistas da MPB entrevistados dentro do painel do comportamento da classe média que o filme abordava foi o cantor Jerry Adriani (Jair Alves de Souza), então com 20 anos e já com prestígio. Hoje, mais amadurecido, Adriani continua buscando ocupar o seu espaço, cada vez mais competitivo - e após quatro anos sem ter chance de fazer um elepê na CBS, volta com um novo disco, para cuja divulgação estará hoje e amanhã em Curitiba.

Algumas estréias importantes quebram, afinal, a mesmice cinematográfica das últimas semanas - além de um oportuno festival de filmes brasileiros inspirados em peças do teatro nacional. De longe, a melhor estréia é "O Nome da Rosa" (Palace Itália/Itália), de Jean Jacques Annaud - que pode desagradar aos que leram o livro (190 mil exemplares vendidos no Brasil, editora Nova Fronteira) e pretendiam uma enfadonha transcrição. Entretanto, como cinema, este filme inspirado no best-seller do semiólogo italiano Umberto Eco é obra vigorosa e merecedora da maior atenção.

Como as opções eram inúmeras em termos de organizar uma mostra retrospectiva do documentário brasileiro - em andamento nos espaços da Cinemateca SESC e cines Groff e Luz, desde segunda-feira - Francisco Alves dos Santos optou por concentrar em programas capazes de darem alguma unidade temática aos curtas e médias que estarão sendo mostrados, em horários alternativos. Assim, nesta quarta-feira, sete documentários - seis dos quais realizados nos anos 60 - estarão em exibição. xxx