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Mauro Senise

O "show" de Raulzinho

São Paulo - A apresentação do [trombonista] Raulzinho de Souza, na quinta-feira no 1º Festival Internacional de Jazz, provou basicamente duas coisas: seu sopro está cada vez mais limpo e lírico, com uma sonoridade incrível - que os curitibanos mais velhos da noite devem recordar de seus anos (1958/63), quando era 2º Sargento da banda da EOEIG e, nas boites da cidade, tentava mostrar uma música mais moderna.

Discos do Ano

Entre tantos fatos importantes que tem marcado a música brasileira nesta década, justificando a atenção que se deve dar à essa forma tão importante de manifestação artística e de exteriorização da sensibilidade e cultura de nosso povo, consideramos, sem dúvida, como uma das mais importantes o fato de, finalmente, um compositor-intérprete como Milton Nascimento ter deixado a condição de artista admirado apenas por uma minoria e passado a ser curtido consumido em grandes proporções.

O Lobo e o balé

De Edu Lobo à jornalista Ana Maria Bahiana, na << Revista de Domingo >> , que circulou domingo, como suplemento do JB, explicando a criação do balé para a Fundação Teatro Guaíra: << Vai ser um balé abstrato. Cinco temas bem livres, instrumentais, mas nada sinfônico, não - com muito improviso, popularzão. Vai se chamar << Jogos de Dança >> e a idéia é que, cada dia, a seqüência dos temas seja diferentes, como um jogo de dados >> . xxx

Ligadão

FICHA TÉCNICA LP: << CIRCENSE >> ( EMI/ODEON - 064. 422861D) Intérprete: Egberto Gismonti Produção-executiva: Egberto Gismonti Regência: Benito Juarez Músicos: Egberto Gismonti, Mauro Senise, Robertinho Silva, Luís Alves e L. Shankar. LADO a: << Karetê >> (Gismonti); << Cego Aderaldo >> (Gismonti), << Mágico >> (Gismonti) e << Palhaço >> (Gismonti & Geraldo E. Carneiro). LADO B: << Tá boa, Santa >> (Gismonti), << Equilibrista >> (Gismonti), << Ciranda >> (Gismonti) e << Mais que a paixão >> (Gismonti & João Carlos Pádua).

Cama & sexo na roda do samba (como faturar com erotismo)

Vem, vamos pro leito, Vem arranhar meu peito, me arranque o coração Vem, vem sem pudor nenhum Vulgar e tão comum é não morrer de amor Sem antes e depois O convite explícito, direto: ao longo de 11 faixas - quase diria, sussurros eróticos - Wando, que no passado já havia escalado as paradas de sucesso com uma machista música sobre "a moça que já é mulher" ("Moça", 1977, tema de telenovela "Bandeira 2"), assume, definitivamente, a condição de sambista-excitação para um público basicamente feminino, acima dos 30 anos.

O bom "Realejo" que Rildo sabe executar

Nesta época de consumo do mais supérfluo rock tupiniquim - sem falar nos pacotes internacionais - deve-se saudar, com entusiasmo, o aparecimento de discos de instrumentistas brasileiros. Por exemplo, o Som da Gente, bravamente, inaugura seu catálogo de 1987 com um belíssimo elepê da Orquestra de Cordas Dedilhadas de Pernambuco, que anteriormente fez dois discos, produzidos por Hermínio Bello de Carvalho e Maurício Carrilho - mas que ficaram restritos ao circuito oficial.

A explosão Free Jazz Festival

São Paulo - O III Free Jazz Festival, que se encerra neste domingo com uma reunião de ritmos brasileiros (Cama de Gato), americanos (Lee Ritenour) e africanos (King Sunny Ade) que se estenderá até a madrugada de segunda-feira - pois, afinal, participações incríveis devem acontecer, na própria liberdade que um evento desta natureza possibilita - confirmou o interesse crescente do público pela velha música que, com o nome genérico de jazz, se espalha por várias praias sonoras.
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