Artigos por data (1988)
No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de dezembro de 1988
Novos integrantes nos órgãos colegiados na Fundação Universidade Estadual de Londrina: Lúcio Tedesco Marchese e Ruy de Jesus Marçal Carneiro foram nomeados para o Conselho de Curadores - integrando automaticamente também o Conselho Universitário.
Generosidade natalina do marchand-de-tablaux Jorge Carlos Sade: além de doar 80 obras de arte para o Museu do Portão, está patrocinando a apresentação que Priscila Freire faz no Teatro do SESC.
O prestígio mundial de Marlos Nobre, 50 anos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de dezembro de 1988
Apesar dos muitos problemas que enfrenta na presidência da Fundação Cultural do Distrito Federal, o maestro Marlos Nobre não deixa de lado o seu lado de compositor, hoje dos mais conhecidos internacionalmente.
O ano de 1989 vai marcar o seu cinquentenário - pernambucano de Recife, nasceu em 18 de fevereiro de 1939 - e já estão se organizando na Europa e Estados Unidos uma série de apresentações de suas obras em Festivais, concertos sinfônicos, palestras, lançamentos de discos com novas gravações de suas composições, assim como encomendas de novas obras.
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No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de dezembro de 1988
Domingo, no cine Ritz, houve a pré-estréia de "Um Filme 100% Brasileiro", premiado no III RioCine Festival, e que finalmente terá seu lançamento em Curitiba.
"Romance" com gente humilde
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de dezembro de 1988
A premiação que acaba de receber no 10º Festival do Cinema Latino Americano de Havana, encerrado no último fim de semana, talvez ajudasse a carreira de "Romance da Empregada" neste seu retorno ao Cine Ritz - e no qual atraiu menos de 500 espectadores ao longo de uma semana. Mais uma vez o público desprezou um filme interessante/importante, que em termos de marketing, sofre um problema capital: não é uma obra sobre pessoas e ambiente bonitos.
Colegas esqueceram a homenagem para Kraide
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de dezembro de 1988
Pelo menos durante uma década, Antônio Carlos Kraide (Piracicaba, 1-06-1945-Curitiba, 19-01-1983) viveu em nossa cidade. Aqui fez e viveu teatro - de seus tempos de aluno do curso de Arte Dramática da Fundação Teatro Guaíra até o mais criativo (e promissor) diretor revelado nos anos 70, com uma carreira brilhante e que uma morte brutal - um assassinato até hoje nunca esclarecido devidamente - veio interromper há três anos.
No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de dezembro de 1988
Erratas na reportagem sobre os filmes brasileiros que devem chegar as telas em 1989 publicada domingo, no Almanaque. Noiltom Nunes trabalha há mais de 5 anos na produção "Fronteiras - A Saga de Euclides da Cunha" - que virou Euclides Cardoso no texto publicado. O bom "Kid", radialista há três décadas e hoje diretor da Independência/109, tem uma saga em favor do bom rádio - mas nada em comum com o autor de "Os Sertões".
A festa da Gralha Azul
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de dezembro de 1988
Uma festa simples mas emotiva: terça-feira, ao entardecer, no auditório Salvador de Ferrante, o lançamento oficial de "Gralha Azul", reeditado pela Secretaria da Cultura através da Coordenadoria de Ação Cultural, dirigida por Sale Wolokita e que tem como braço direito o incansável Cláudio Ribeiro. Ely Camargo, a cantora que gravou em 1965 o disco, não pôde vir, assim como Braz Bacarim, na época diretor artístico da Chantecler - e que apoiou o projeto.
"Vídeo 89", verdadeira enciclopédia de cinema
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de dezembro de 1988
O vídeo já começa a adquirir maturidade com o saneamento do mercado. O público está cada vez mais exigente e em busca de informações especializadas, o que fortaleceu inúmeras revistas e fez com que Oceano Vieira de Mello, de Campinas, pudesse transformar seu modesto "Jornal do Vídeo" numa participação que lembra em tudo a "Variety".
Em defesa de nosso cinema
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de dezembro de 1988
O cineasta Sebastião França, assessor especial do secretário René Dotti, aproveita a viagem ao Rio de Janeiro neste final de ano para formalizar com a Fundação do Cinema Brasileiro o aditivo no convênio entre aquela instituição e a Secretaria da Cultura prorrogando em 180 dias o prazo para que os realizadores paranaenses, selecionados para produzirem quatro curtas-metragens possam apresentar seus trabalhos. Conforme denunciamos, a Secretaria da Cultura estava encontrando dificuldades para obter um contato com o presidente-interino da FCB, sr.
No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de dezembro de 1988
1989 começa em alto astral para o casal Leila Pugnaloni/Jaime Lichinski, há mais de um ano em fase de lua-de-mel perfumada. No dia primeiro, Jaime assume a secretaria da Comunicação Social da Prefeitura de Curitiba. Dois dias depois estará no Rio de Janeiro, para a vernissage da mostra "Alphavelas" de Leila Pugnaloni na prestigiada galeria da Casa de Cultura Laura Alvim (Avenida Viera Souto, 176, Ipanema).
Roger, o Sr. Coelho com alta tecnologia
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de dezembro de 1988
Nesta última semana de 1988, o coelho é quem manda! Se não fosse Roger Rabbit desembarcando em 80 cinemas de 35 cidades - em Curitiba nos cines Astor e Bristol - não haveria estréias importantes. Apenas nas primeiras semanas já faturou nos Estados Unidos 100 milhões de dólares e chega ao Brasil com um marketing promocional capaz de ganhar capa de "Veja".
Nossa cultura municipal custa US$ 7 mil por dia
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de dezembro de 1988
Quanto custa a cultura oficial para o município de Curitiba?
Eis uma boa pergunta. E que merece reflexões agora que haverá o ritual de passagem do poder peemedebista para o governo de coligação oposicionista que venceu as eleições no dia 15 de novembro.
Erros e acertos de Marés, coerente ideologicamente
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de dezembro de 1988
Desde que assumiu a presidência da Fundação Cultural de Curitiba, na manhã de 11de abril de 1983, em substituição ao publicitário Sérgio Mercer, o advogado Carlos Frederico Marés de Souza, então com 35 anos, traçou uma linha ideológica-cultural para marcar sua administração.
Pesos pesados nas telas enfraquece outras opções
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de dezembro de 1988
A força com que "Uma Cilada Para Roger Rabbit" chega é tamanha que pode ameaçar até os dois outros pesos-pesados em termos de bilheteria que estão em exibição: "O Casamento dos Trapalhões" (Plaza/São João/Lido I) e "Willow - A Terra da Magia" (Condor). Estes, também com ótimas rendas, vão dobrar o ano - e as perspectivas de Roger Rabbit é que permaneça ao menos dois meses em cartaz.
Show do Gralha Azul fez homenagem a Nhô Belarmino
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de dezembro de 1988
O ponto alto do show de relançamento do disco Gralha Azul, terça-feira passada no Guairinha, foi a emotiva homenagem prestada pelos músicos ao saudoso Nhô Belarmino. No palco, Nhá Gabriela e o filho Ivan Graciano, no acordeon, deram o toque alegre e nostálgico ao espetáculo com a música "As mocinhas da cidade".
As mensagens de (Feliz) Natal
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 23 de dezembro de 1988
A Global Editora, de São Paulo - especializada em obras de autores de esquerda - distribuiu um cartão no qual está clara sua ideologia, com uma passeata no qual brilham as bandeiras do PSB, PCB, PDT, PT e até do movimento feminista.
Outra editora - a Sigla - usa um cartão dobrado com a frase "A gente só muda o Brasil se usar a força". Abrindo-se, a receita:
A força do trabalho/ A força da honestidade/ A força do amor/ A força da verdade/ A força da amizade/ A força da união/ A força da solidariedade/ A força do humor/ A força do voto/ A força de vontade.
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As palavras-pássaros que Helena liberta
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de dezembro de 1988
Defini-la como a Cecília Meireles do Paraná é pouco. Muito pouco! Em que pese a importância da autora de "Cancioneiro da Independência", a nossa Helena Kolody é uma poeta maior - que independe de comparações.
Algumas vezes, na profundidade de seu pequenos (grandes) versos pode lembrar o universo de observações de Mário Quintana. Pode-se incluí-la no mesmo patamar de um Drummond, um Bandeira - e, pela sua linguagem sempre atual, a João Cabral de Mello Neto.
Poesia maior para o Natal
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de dezembro de 1988
Na montagem de "Viagem no Espelho", o editor Roberto Gomes faz uma viagem ao inverso: ao invés de começar pelas primeiras poesias de Helena, o livro abre com trabalhos recentes ("Poesia Mínima, 1986), nas quais, já coloca a sua intimidade com as palavras, num trabalho de ourives qua as trabalha com perfeição.
As palavras têm sentido
num código particular
Cada qual é singular
Em sua maneira de ler
("Código")
O gosto pela leitura, capaz de ter uma síntese tão perfeita:
Navegou / No veleiro dos livros
Desembarcou / e conferiu
Glauce Rocha, uma biografia que demorou 17 anos para ser escrita
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de dezembro de 1988
Ao lado de Cacilda Becker e Fernanda Montenegro, ela era considerada uma das três melhores atrizes brasileiras. Morena, expressão dramática transmitia uma extraordinária emoção - e ao longo de duas décadas de carreira atuou em 55 montagens teatrais, meia centena de programas de televisão (a maioria, infelizmente, quando ainda inexistia o vídeo-teipe, perdendo-se assim registros) e em 23 filmes - alguns dos quais básicos do Cinema Novo.
Baiano Caldas e boas reedições
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de dezembro de 1988
O baiano Luiz Fricote foi a revelação da música de verão de Salvador, catipultuando em carnavais passados os chamados ritmos "deboche" e "fricote" com sucesso como "Haja Amor", "Lá Vem o Guarda", "Flor Cigana" e "Classicaxé".