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Aramis
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Carlos Lyra

Bossa Nova

Num perdido 22 de um remoto novembro dos idos de 1962, eu, Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, embarquei, contra minha vontade, pra Nova Iorque. Manhã branca, leitosa, sem sombra, o velho Boeing 707 correu no mormaço, rugiu sua prepotência, levantou o nariz e mostrou o papo pro vento, e foi galgando a escadaria de ar, as costelas de vento, corcoveando, e lá se foi, comigo dentro, muito a contra-gosto, a Guanabara espelhando lá embaixo. Era a primeira vez que saía do Brasil, já tinha quase 36 anos e me considerava velho.

As melhores produções de 1975

Aramis Millarch 32 anos, jornalista, editor do "Jornal da Música Popular" de O ESTADO, redator da coluna de música popular no semanário "Voz do Paraná" e revista "Quatro Estações", produtor do programa "domingo Sem Futebol" (Rádio Ouro Verde) e presidente da ASSOCIAÇÃO DOS PESQUISADORES DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA. AS 10 MELHORES MÚSICAS NACIONAIS 1. Rancho em Branco e Preto (Carlos Lyra / Ronaldo Boscoli); 2. Vida (Paulinho da Viola / Elton Medeiros); 3. Lígia (Antonio Carlos Jobim); 4. Que Sejas Bem Feliz (Cartola; 5. Massa Falida (Fernando / Jesus Rocha);

Lyra, de Los Angeles

De Los Angeles, para TABLOIDE, o compositor Carlos Lyra, conta as novidades: 1 - Sergio Mendes acaba de gravar sua música "Cara Bonita", com letra em inglês de Kathy Lyra. O nome ficou "It's So Obvious" e tanto a versão de Kathy como a gravação estão ótimas. 2 - Carlinhos está fazendo um tratamento de psicanálise, sendo o primeiro brasileiro a submeter-se a uma nova técnica. "Primal Scream", que ele explica como "uma das melhores idéias desde Freud e muito em voga nos Estados Unidos".

Passagem para o talento

Os aplausos do público, em pé, por mais de um minuto, domingo a noite, ao final de "Castro Alves Pede Passagem", por certo devem ter traduzido, pela enésima vez, ao autor-diretor-intérprete Gianfrancesco Guarnieri, 41 anos, 25 de vida teatral, a certeza de uma verdade: a linguagem simples e verde-amarela é, ainda, a melhor maineira de comunicar-se com o público.

O Tamba & Os Cariocas

Quando o Tamba Trio surgiu, a vida musical brasileira vivia um momento iluminado: João Gilberto, Sérgio Ricardo, Carlinhos Lyra, Sylvia Telles, entre outros, já tinham gravado seus primeiros elepês, produzidos por Aloysio de Oliveira, os grupos instrumentais eram cada vez mais prestigiados e se vivia uma fase de euforia. Respirava-se criatividade por todos os poros. Era, enfim, um tempo (muito) feliz.

A música de Toquinho

Se o violonista Toquinho (Antonio Pecci Filho, 30 anos) tivesse o mesmo hábito de localizar a data de suas composições, como faz Carlinhos Lyra, uma das faixas do novo lp da série "Vinicius/Toquinho" (Philips, desde quinta-feira nas lojas) teria a seguinte informação: "Acorde solto no ar", composto na noite de 13 de dezembro de 1974, na pizzaria Baviera.

História da BN em 3 lps

Dezesseis anos após sua eclosão - o 78 rpm da Odeon, em que o baiano João Gilberto cantava "Chega de Saudade" (gravado em 1958, no lp "Canção do Amor Demais" por Elizeth Cardoso), a Bossa Nova é revisitada num álbum de três elepês, mais um bem diagramado e ilustrado folheto, tudo sobre a produção segura do admirável Aloysio de Oliveira, que se não foi o pai-da-criança BN, foi ao menos quem a ensinou a caminhar sobre as rodas - isto é sobre os discos.

A real antologia do Quarteto em Cy

Em onze anos, o Quarteto em Cy tem sido um exemplo das transformações que caracterizam a maioria dos grupos vocais a proporção que vão alcançado o sucesso sofrem distenções internas, substituições, que chegam, ao fim de algum tempo a marcar o final dos grupos. Com o Quarteto em Cy, felizmente, ao menos o nome e 50% do original resistiu aos mais diferentes problemas numa década de atividades intensas.

Eliana, afinal um grande disco

Uma prova de quando é importante um bom produtor na carreira de uma cantora é o último elepe de Eliana Pitman, Filha (adotiva do admirável Booker Pitman (1909-1969) ao lado de quem iniciou sua carreira de vocalista nos anos sessenta, tendo como empresária uma das figuras mais famosas do folclore musical brasileiro, a vigilante supermãe Ofélia, que da ternura do personagem de Shakespeare só tem o nome, Eliana sempre teve boas oportunidades. Nunca lhe faltaram bons contratos e chances para se afirmar como show-woman.

Diário de Gramado

As apresentações dos artistas, diretores e técnicos no palco do Cine Embaixador estão tendo este ano uma nova forma: os mestres de cerimônias, Clóvis Duarte e Tânia Carvalho, entrevistam as personalidades chamadas ao palco e há cenas que parecem saídas de um filme surrealista ou dos antigos programas de Hebe Camargo. Na noite de abertura, por exemplo, Ivon Curi, convidado a contar uma piada, não teve dúvidas: sapecou uma pesadíssima anedota de gaúcho que provocou reações surpreendentes até nos mais liberais. xxx
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