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Chico Buarque de Hollanda

No campo de batalha

Veteranos homens da cinematografia reuniram-se na manhã de quarta-feira no Bristol para a sessão especial de "Cinema Paradiso" em homenagem ao mais velho dos operadores de cinema do Paraná (e possivelmente do Brasil): Paquito Morilha, 87 anos, 75 de cinema - embora aposentado desde meados dos anos 60. Morilha começou com 11 anos, no cine Bijou, tendo que subir num banco para poder operar a velha máquina de exibição - tal como faz o personagem "Totó" no belíssimo filme de Giuseppe Tornatore, agora em exibição no Cinema I.

Para onde foram tantas belas vozes femininas?

Embora afastado da batalha noturna e constante da vida musical, mas ainda em forma, Paulinho Nogueira, cujos 60 anos transcorridos no último dia 8 de outrubro não tiveram as comemorações que merecia, é uma das presenças mais constantes na série reeditada pela RGE. Realmente, este esplêndido compositor e virtuose do violão foi uma presença das mais importantes na MPB nos anos 60 e com seu toque moderno, seu lirismo e atuação amiga, mestre de uma geração - inclusive Toquinho.

O canto das mulheres no fim de uma década

O ano encerra, como sempre, com superstars fonográficos, capazes de esquentar um mercado que sofre naturalmente, os reflexos da inflação (o disco já ultrapassou a barreira dos três dígitos, deixando de ser um produto ao alcance da empbrecida classe média) e assim a disputa acontece entre estrelas como Roberto Carlos - como sempre, em seu elepê anual, colocado nas lojas somente em dezembro, Simone, Beth Carvalho, Alcione, entre as mulheres mais famosas.

Nas asas do frevo

Asas da América, edição 1989 - novamente selo BMG - traz em seu repertório novos frevos de Carlos Fernando, percorrendo o eixo clássico do Carnaval brasileiro (Rio/Salvador/Recife/Olinda). É o caso de "No Dia em que Cristo Falou", interpretado por Chico Buarque, uma homenagem à Cidade Maravilhosa dedicada a Joãozinho Trinta e seu Cristo dos favelados; "Bahia Maria", na voz de Luiz Caldas; "Menina Pernambucana", com Alceu Valença; "Noites Olindenses", interpretada por Caetano; "Mamãe Aparecida", com o comercialíssimo Michael Sullivan - única presença dispensável neste disco.

O jazz saboroso que Cuba exporta

Cuba não é apenas sinônimo do (melhor) charuto e socialismo tropical mas, sim, sonoramente, um ilha de grande riqueza como se prova através dos gêneros & talentos musicais que ali surgiram. Se a Nova Trova Cubana - com Sílvio Rodriguez e Pablo Milanez - explodiu na última década, graças à ponte cultural que Chico Buarque (e outros intelectuais do primeiro time) souberam construir - há também outros criadores notáveis da música cubana, sem folclorismos & concessões que começam a acontecer mundialmente.

Bethania e Zizi encantam com toda a sensibilidade

Mesmo sem a intensidade de ciclos anteriores, a presença feminina na MPB se manifesta em vários segmentos e gêneros, provando o axioma de que o canto é das mulheres. Enquanto Simone não aparece com seu novo álbum de fim de ano, embora ganhe uma valiosa presença internacional na trilha de "Goya" (CBS), o musical de Maury Yestom inspirado na vida e amores do pintor espanhol, sua rival Maria Bethania já está há mais de um mês na praça com um álbum vigoroso, sensual e candidato a figurar entre os melhores e mais vendidos do ano ("Memória da Pele").

Um "Dia de Visita" que também foi emocionante

Umberto Martins, 41 anos, tinha todas as razões para sentir-se a pessoa mais feliz no encerramento do Festival. Presente desde a abertura - quando o seu curta, "Dia de Visita", antecipou ao primeiro longa em competição ("Uma Avenida Chamada Brasil" de Octávio Bezerra), viveu, com intensidade as emoções de seu primeiro festival.

Um repertório diversificado

Apesar de nunca ter visto "A um Passo da Eternidade" (A From Here to Eternity, 53, de Fred Zinnermann), Paulo Ricardo gostou da imagem do título e fez de um suave rock romântico a faixa de trabalho para catituagem de seu primeiro elepê solo. Para outro rock também com cinematográfico título - "Viver por Viver", nem sabia que foi o nome de um filme de Claude Lelouch (67) - fez apenas um canto de amor jovem, tão despojado quanto "A Arte de Fazer Amor".

Zuza na direção faz um belo espetáculo com Gilberto Gil

Habitualmente crítico de espetáculos - função que exerceu por mais de 10 anos em "O Estado de São Paulo", Zuza Homem de Mello está agora no outro lado do rio: desta vez é o diretor de um espetáculo que após estrear em Curitiba (domingo, 13), tem apresentações no Rio de Janeiro (Canecão, hoje) e São Paulo (Anhembi, sexta-feira e sábado): Gilberto Gil, Dominguinhos e uma nova cantora baiana - Margareth Menezes.

O circo místico (e mágico) na maturidade de um ballet

Mesmo não tendo subido no palco do auditório Bento Munhoz da Rocha Neto para receberem placas comemorativas aos 20 anos de existência do Ballet Guaíra, duas pessoas foram cumprimentadas por todos que conhecem e acompanham a nossa vida cultural.
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