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Golden Boys

Feche os olhos e lembre os bons tempos da Jovem Guarda

Depois da exumação da Bossa Nova - cujos 30 anos, comemorados entre 1988/89 (considerando o disco marco "Canção do Amor Demais", com Elizeth Cardoso e o "Chega de Saudade" com João Gilberto) justificaram inúmeras reedições e homenagens (embora, não tantas quanto merecia o mais importante movimento já existente na MPB), parece chegar a vez da Jovem Guarda começar a ser escavada, com a montagem de elepês com faixas de históricos momentos do movimento e mesmo estudos a respeito.

Baiano Caldas e boas reedições

O baiano Luiz Fricote foi a revelação da música de verão de Salvador, catipultuando em carnavais passados os chamados ritmos "deboche" e "fricote" com sucesso como "Haja Amor", "Lá Vem o Guarda", "Flor Cigana" e "Classicaxé".

Geléia Geral

Tina Turner (Anne Mae Bullock), 46 anos, está em alta: seu livro de memórias "I, Tina" - na qual conta o lado pesado de sua vida, inclusive as surras que levou de seu ex-companheiro, Ike, despontou na lista dos best-sellers enquanto seu novo lp ("Break Every Rulle", EMI-Odeon) está vendendo tanto que deve empatar (ou superar) o seu álbum anterior ("Private Dancer"). Basta dizer que em apenas duas semanas este elepê alcançou o primeiro lugar na lista dos mais vendidos do "New Musical Express".

Geléia Geral

Os Anos Dourados não ficaram apenas na nostalgia do vídeo e no ótimo elepê com a trilha sonora que a Sigla lançou. Há subprodutos estimulantes como o reaparecimento dos Golden Boys, a volta de Evinha - com direitos a shows até no150 do Maksoud Plaza - e os Fevers, 21 anos, 13 discos de ouro e que está na praça com seu 27º lp.

O som é verde-amarelo com o futebol no Mexicoração

... E o Brasil continua a cantar o hino de Miguel Gustavo, que há 16 anos passados, também do México, fazia o som para o selecionado canarinho chegar a conquista da taça Jules Rimet - sonho tão acalentado pela maior torcida deste País de Futebol.

Boas vendas, estádios cheios. É a música de fé

As relações da fé com a música transcendem simples registros fonográficos e, na verdade, dispensam até uma promoção tradicional. Dos cantos umbandistas às mais sofisticadas missas de grandes autores, há toda uma imensa musicografia - e que ganha, especificamente nas igrejas evangélicas e pentecostais, uma exploração imensa (haja vista os milhares de cópias de discos que as Igrejas de pastores como Mateus Janchen e David Miranda, donos das rádios Marumby e Universo, respectivamente, vendem através de seus tabernáculos).

Grupos de ontem que voltam hoje

Uma das boas presenças vocais-instrumentais surgidas nos últimos anos foi o grupo Roupa Nova. Sabendo dosar a linguagem jovem - ou seja, uma linha pop/rock - com base na qualidade sonora, este sexteto vem realizando um trabalho digno e agradável. Lógico que para isto conta muito a inteligência na escolha do repertório, os arranjos caprichados e, sobretudo, a própria competência de cada um dos integrantes do grupo: Kiko (guitarras), Serginho (bateria), Nando (baixo), Ricardo Feghali (teclados), Cleberon Horsth (também teclados) e Paulinho (percussão), todos nos vocais.

De Ritchie ao Flash-Back da Jovem Guarda

O anglo-carioca Ritchie (Richard David Court, Kent, Inglaterra, 1952) é, há dois anos, uma das tranqüilidades do espanhol D. Munõz, presidente da CBS: vendeu mais de um milhão de cópias de seus discos em 1983/84 – catapultado pelo hit "Menina Veneno", ultrapassando vários outros milionários contratados da poderosa multinacional. Num mercado de altos e baixos como o fonográfico – passada euforia de 1979, quando o Brasil já era apontado como o quinto do mundo – Ritchie não deixa de ser um produto dos mais rentáveis para uma fábrica.

O riso em discos

Em época de crise, nada melhor do que o riso para ajudar a sobrevivência. Assim, não é de se estranhar que enquanto espetáculos culturalmente importantes fiquem de casas vazias, Juca Chaves ou Chico Anísio consigam lotar os espaços onde se apresentam, com preços que vão de Cr$ 500,00 a Cr$ 1.500,00. E o riso não fica apenas nos palcos: na televisão e, ultimamente, também em gravações.
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