Artigos por data (1987 - Abril)
Zé Renato grava com Al Di Meola
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de abril de 1987
O jornalista Simão de Montalverne exibindo, com toda razão, o seu mais dentifrício sorriso: de Nova Iorque, no domingo de Páscoa, o seu filho, José Renato, 30 anos, lhe telefonou para contar que está prolongando a sua estadia americana por uma razão muito especial. O internacional guitarrista Al Di Meola o ouviu tocar e, entusiasmado, o convocou para participar de seu novo elepê. Quem apresentou José Renato a Di Meola foi Pat Mathen, outro guitarrista internacional que, em suas passagens pelo Brasil, conheceu e se entusiasmou com o trabalho do músico brasileiro.
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A Cigarra de Clevelândia canta a partir do dia 30
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de abril de 1987
Os organizadores dos festivais de música popular estão aprendendo a planejar com antecipação seus eventos. Afinal, a época da improvisação e do amadorismo já passou e os salutares exemplos dos eventos nativistas gaúchos devem espelhar os nossos animadores culturais.
As placas para cegos e como achar as ruas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de abril de 1987
Boas idéias funcionam e não custam caro: Sérgio Pires, 34 anos, quando no cargo de administrador da Freguesia da Matriz, idealizou uma original forma de sinalização dos principais cruzamentos do centro da cidade para os deficientes visuais. Placas escritas no alfabeto Braile, com os nomes das ruas, significaram uma ótima contribuição aos cegos para se orientarem na cidade - e pela originalidade da proposta a mesma ganhou merecido espaço em publicações nacionais.
No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de abril de 1987
O Paraná tem mais cinco juizes, devidamente concursados e já designados para suas comarcas: Carlos Augusto Althéia de Mello (Umuarama), Derlei César Bruder (Santo Antônio da Platina), Carlos Roberto Prochaska (Assis Chateaubriand), Mila Aparecida Alves da Luz (Cruzeiro do Oeste) e Luís Carlos Xavier (Cianorte).
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Xico, o escultor das belas formas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de abril de 1987
As marchands Ida Axelrud e Anita Guelmann conseguem dar um diferencial à galeria que possuem na alameda Dom Pedro II, 255. Profissionais respeitadas e sérias num setor que teve um boom de discutível credibilidade tal o número de aventureiros(as) que apareceram nos últimos anos, Ida & Anita sabem escolher os artistas para suas exposições. Por exemplo, durante anos tiveram a exclusividade nos trabalhos de Juarez Machado, hoje em Paris e que só agora vai fazer uma mostra de trabalhos recentes - aliás em outra honesta galeria da cidade, a do arquiteto Waldir Assis.
No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de abril de 1987
Enquanto a Assembléia recusa a criação do cargo de ouvidor-mor, a experiência desenvolvida pelo ombudsman municipal Manoel Eduardo Alves Camargo e Gomes na Prefeitura de Curitiba merece longa citação no volume 2 da série "Experiências Inovadoras" editado pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal (77 páginas, circulação dirigida). O alcaide Roberto Requião está exultante com a promoção que sua iniciativa ganhou.
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Guerrilheiros do samba, com humor e romantismo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de abril de 1987
Podemos sorrir
Nada mais nos impede
Não dá pra fugir desta coisa de pele
Sentida por nós, desatando os nós
Sabemos agora
Nem tudo que é bom vem de fora
("Coisa De Pele", Jorge Aragão / Acyr Marques)
Sabíamos. Muitos e muitos sabem: nem tudo que é bom vem de fora. Especialmente a música. Mas como está difícil de encontrar bons sambas, bons discos de MPB neste boom de rock brasileiro (brasileiro?), desde que os "gerentes de produtos" substituíram os diretores artísticos sensíveis de décadas passadas.
A música da pele com o talento de Aragão
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de abril de 1987
Compositor de grandes méritos (que o digam as dezenas de sambas gravados por Beth Carvalho e outros(as) intérpretes do primeiro nível), o carioca Jorge Aragão também é bom cantor. Mostra isto em seu novo elepê - "Coisa De Pele", título de um dos mais bonitos sambas lançados no ano passado por Beth Carvalho e que dá título e abre seu novo elepê (RGE, março/87).
D. Ivone Lara em reedição desonesta
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de abril de 1987
"A essência do samba. O samba com consciência. O samba de pé no chão".
(Release acompanhando o elepê "Ivone Lara", Sigla, 1985).
Realmente Dona Ivone Lara é o samba. A essência do samba. Considerada como uma espécie de herdeira de mãe Clementina de Jesus, Dona Ivone Lara não precisa de comparações. É ela própria, compositora inspirada, excelente intérprete.
Geizi Bel; é uma pena que seja só bonitinha!
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de abril de 1987
Ela é paranaense, de Maringá. E como a sua conterrânea Sônia Braga - hoje um nome internacional do cinema (acaba de fazer um filme dirigido por Robert Redford), também é muito bonita. Assim Geizi Bel - um nome marcante - tem tudo para merecer os maiores espaços. Jovem, bonita, sensual - como Aki e Roberto Consulichi conseguiram captar para as imagens coloridas na capa de seu novo elepê (3M, março/87).
Conheça agora o chamamé com o talento de Tarago
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de abril de 1987
Quando escrever sua prometida (e aguardada) história da música popular gaúcha a partir dos anos 60, o jornalista e pesquisador Juarez Fonseca, da "Zero Hora", terá que dedicar um capítulo especial a Ayrton dos Anjos - o "Patinete". Aos 50 anos, mais de 30 ligados à músicas, Patinete, uma das pessoas mais queridas no eixo musical Rio Grande do Sul-São Paulo-Rio de Janeiro, tem feito muito mais pela divulgação cultural do Rio Grande do Sul do que todas as entidades culturais oficiais ali existentes.
Uma Fundação Newton Carneiro para preservar o seu acervo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de abril de 1987
Na Avenida Visconde de Guarapuava, uma grande mansão ao estilo virginiano, rodeada de prédios, guarda o maior acervo das artes plásticas e documentação iconográfica não só do Paraná mas mesmo uma das mais respeitáveis coleções do Brasil. Durante mais de 40 de seus 72 anos, o professor Newton Isaac Carneiro, reuniu pinturas, esculturas, objetos de arte e, principalmente livros, publicações, documentos que o fariam um dos mais admirados estúdios da arte no Brasil.
As observações de Sade a velha e bela Europa
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de abril de 1987
Se não tivesse feito carreira como artista plástico e marchand-de-tablaux, Jorge Carlos Sade poderia ter se realizado como cronista. Espírito observador, atento e sobretudo crítico, Sade escreve de forma saborosa, espontânea e independente. Já foi colaborador de "O Estado do Paraná" com uma coluna que editada no suplemento "Fim-de-Semana" atingiu altos ibopes de leitura. Bissextamente colabora com algumas publicações e suas cartas, mesmo quando pessoais, são repletas de observações das mais interessantes.
O centro de Gil para a contra-informação
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de abril de 1987
Contra-Informação. O outro lado da notícia. Eis a preocupação de José Gil de Almeida, 30 anos, ativíssimo presidente do Conselho Nacional de Cine-Clubes, paranaense de Campo Mourão, assumidamente defensor da linha Pró-Líbia, país que visitou já por duas vezes e sobre o qual escreveu um livro.
"Eu", o Khouri requintado e com as mais belas mulheres
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de abril de 1987
GRAMADO, ABRIL - Um dos mais habituais participantes do festival de cinema brasileiro que há 15 anos se realiza nesta paradisíaca cidade gaúcha é o cineasta Walter Hugo Khouri.
Um filme com beleza em todas as formas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de abril de 1987
"Eu" traz um pouco de humor. Não chega a ser uma comédia, mas Khouri admite que procurou ser mais leve, um filme mais sweet como diz, "com menos agressividade, embora o personagem central tenha uma certa voracidade animal".
- "Tarcísio é o personagem e o personagem é ele. É sua interpretação que dá o nonchanlance do filme, o personagem não é levado inteiramente a sério, nem por ele nem por mim".
No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de abril de 1987
O governador Álvaro Dias havia convidado a professora e socióloga Maria de Lourdes Montenegro para assumir a chefia da Coordenadoria de Proteção ao Consumidor, cargo símbolo da DAS-5, da Secretaria da Justiça.
Embora Maria de Lourdes, há alguns anos, tenha sido a pioneira na luta em defesa do consumidor, liderando o boicote aos açougues que exploravam a freguesia, não quis o cargo. Afinal, há muito que ela - como milhões de brasileiros - se decepcionou de ser "Fiscal do Sarney".
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CPI quer incomodar até memória de gente morta
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de abril de 1987
Reabrindo a CPI da Corrupção, que teve início no governo José Richa, o deputado Rubens Bueno (hoje secretário do Trabalho e Bem-Estar Social) como presidente, voltou a se falar no nome de Raul Juliato como um dos envolvidos em acusações. Ao menos por uma questão de respeito humano, os deputados deveriam lembrar que Raul Juliato já faleceu há mais de um ano de problemas do coração.
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Troféu Kikito ao vencedor, mas sem dinheiro
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de abril de 1987
GRAMADO - A seriedade e prestígio do Festival de Cinema que desde 1973 se realiza nesta paradisíaca cidade serrana é hoje tão forte que nem o fato do cancelamento dos prêmios em dinheiro aos vencedores desta 15ª edição fez com que se reduzisse o interesse pelo evento.
A criatividade dos curtas e médias
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de abril de 1987
Enquanto dois documentários em longa-metragem disputam na bitola 35mm - "Nem Tudo É Verdade" e "História Do Brasil", dos cineastas catarinenses Rogério Sganzerla e S. Back - nas mostras de 16mm, este ano realizadas à tarde, no auditório do centro de convenções do Hotel Serrano, pode-se ter uma bela visão dos aspectos diferentes do Brasil.