Artigos por data (1976)
Os prêmios baianos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de maio de 1976
"Quando ouço falar da palavra cultura pego logo o meu talão de cheques", dizia em "O Desprezo", o milionário Jerome Prokosch (Jack Palance). E este diálogo de "Le Mépris", de 13 anos passados, vem sendo constantemente lembrado - e hoje, mais do que nunca pode começar a aplicar-se ao Brasil. Pois, se até há pouco, a classe artística e intelectual se queixava da falta de estímulo financeiro, hoje estão aí, os governos estaduais, rivalizando-se em apetitosas promoções, com bom dinheiro a quem tem talento.
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Nacionalização da Siemens
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de maio de 1976
Até o final de 1977, a Siemens do Brasil pretende atingir em sua fábrica em Curitiba uma nacionalização de 75%. Mais do que uma promessa, é uma meta empresarial, que já está sendo cumprida hoje, em pelo menos 50%. Para verificar este programa de nacionalização da produção, esteve na cidade industrial, segunda-feira, o superintendente no Brasil da Siemens, Hemulth Veruvert, que manteve longa reunião com os dois principais executivos da empresa no Paraná. Felix Ferter, gerente-geral da filial e Ulrich Wicklow, gerente da fábrica.
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Contistas sem contos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de maio de 1976
Os jovens (e velhos) intelectuais da cidade, que vivem clamando aos céus a "falta de oportunidades", parece que não se interessaram, até agora em publicar os seus "textos inéditos" numa revista de bom conceito, que vem circulando há seis meses: "Ficção - Histórias Para o Prazer da Leitura".
Gente
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de maio de 1976
O engenheiro Eurides Mascarenhas Ribas, ex-secretário dos Transportes e hoje um dos principais (e mais bem remunerados) executivos da construtora Cesbe, que, entre outras obras executou a BR-153, entre Santo Antônio da Platina-Ibaiti, surpreendeu-se quando lhe perguntaram sôbre sua candidatura a prefeito de Ponta Grossa:
- Qual o que! Eu não quero mais saber de política. E além do mais, há muita gente de boas condições que [deseja] o cargo.
Nordestinos ou Americanos?
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de maio de 1976
Qual é a diferença entre um disco como "Country Matters" (CBS, 137920, abril/76) ou dos LPs de Severino Januário, Trio Mossoró ("30 dias de Forró"), Zé Calixto ("Baile em sua Casa"), acordeonista Luizinho ( "Vamos Dançar Forró"). Festa na Roça (diversos artistas) ou "Cantiga do Povo" (Jair Alves/Manoel Serafim), todos lançamentos da etiqueta Tapecar, que ao lado de seu catálogo urbano, apoia-se também para vendas no fiel púlbico rural ou suburbano?
Contistas sem contos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de maio de 1976
Os jovens (e velhos) intelectuais da cidade, que vivem clamando aos céus a "falta de oportunidades", parece que não se interessaram, até agora em publicar os seus "textos inéditos" numa revista de bom conceito, que vem circulando há seis meses: "Ficção - Histórias Para o Prazer da Leitura".
Coisas da política
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de maio de 1976
Não há dúvida de que a política é a arte de engolir sapos & até aranhas. Interior afora, as eleições trazem casos pitorescos, com disputas de vários grupos, nos sacos-de-gatos em que se transformou a Arena dividida por múltiplos grupos. Em Santa Mariana, um município de 50 mil habitantes, 10 mil eleitores, entre Bandeirantes de Cornélio Procópio, o comando arenista vai apoiar o candidato do atual prefeito (emedebista), Elcio Varotto, que é o farmacêutico da cidade, o "Zicão".
Un ninho de muitos dolares
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de maio de 1976
A fria economia de Hollywood ensina que um filme que recebe um Oscar tem, garantido, no mínimo, mais um milhão de dólares em sua receita ao menos nos Estado Unidos. E quando o filme recebe não um, mas cinco Oscars, afora mais seis "Globos de Ouro" da Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood, entusiásticos elogios da crítica internacional, é claro que suas perspectivas de bilheteria crescem, mesmo em cidades onde nem sempres os bons filmes filmes são apoiados pelo público - como é o caso de Curitiba (e dezenas de exemplos poderiam ser citados).
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Tapetes & Quadros
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de maio de 1976
Carlos Ranulpho, dono da mais prestigiosa galeria de arte de Recife e editor de Livros de alto gabarito, geralmente em edições reduzidas, exclusivamente para bibliófilos, esteve no início da semana em Curitiba, acertando com Jorge Carlos Sade, da Acaíaca, o estabelecimento de uma ponte artística Paraná-Pernambuco. Além do intercâmbio de exposições, Acaiaca passa a vender os livros de Ranulpho e também a representar os tapetes artesanais Berta, distribuídos pela Ranulpho.
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Gilda, a nova atriz
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de maio de 1976
Roberto Menghine, um dos poucos profissionais do teatro paranaense, está lançando uma nova atriz: sua sobrinha Gilda Eliza, que tem papel de destaque na remontagem de "Nega de Maloca", de Cícero Camargo de Oliveira - que após uma temporada no Paiol, no ano passado, terá agora uma única apresentação, na Segunda Viva no Guaíra, no auditório Salvador de Ferrante. No elenco estão Odelair Rodrigues, Airton Muller, José Basso e o próprio Menghine. O ingresso custará apenas Cr$ 5,00.
Gilda, a nova atriz
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de maio de 1976
Roberto Menghine, um dos poucos profissionais do teatro paranaense, está lançando uma nova atriz: sua sobrinha Gilda Eliza, que tem papel de destaque na remontagem de "Nega de Maloca", de Cícero Camargo de Oliveira - que após uma temporada no Paiol, no ano passado, terá agora uma única apresentação, na Segunda Viva no Guaíra, no auditório Salvador de Ferrante. No elenco estão Odelair Rodrigues, Airton Muller, José Basso e o próprio Menghine. O ingresso custará apenas Cr$ 5,00.
Tapetes & Quadros
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de maio de 1976
Carlos Ranulpho, dono da mais prestigiosa galeria de arte de Recife e editor de Livros de alto gabarito, geralmente em edições reduzidas, exclusivamente para bibliófilos, esteve no início da semana em Curitiba, acertando com Jorge Carlos Sade, da Acaíaca, o estabelecimento de uma ponte artística Paraná-Pernambuco. Além do intercâmbio de exposições, Acaiaca passa a vender os livros de Ranulpho e também a representar os tapetes artesanais Berta, distribuídos pela Ranulpho.
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Un ninho de muitos dolares
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de maio de 1976
A fria economia de Hollywood ensina que um filme que recebe um Oscar tem, garantido, no mínimo, mais um milhão de dólares em sua receita ao menos nos Estado Unidos. E quando o filme recebe não um, mas cinco Oscars, afora mais seis "Globos de Ouro" da Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood, entusiásticos elogios da crítica internacional, é claro que suas perspectivas de bilheteria crescem, mesmo em cidades onde nem sempres os bons filmes filmes são apoiados pelo público - como é o caso de Curitiba (e dezenas de exemplos poderiam ser citados).
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Pop & Italianos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de maio de 1976
A Top Tap, agora novo divulgador na cidade, o experiente Cristovão, ex-Chantecler, ex-gerente da loja Wings, tem lançado uma infinidade de novos grupos de música pop no Brasil. Entre eles, está o the Kay-Gees, que surgiram no panorama americano com ajuda do Cook & The Gang.
Um lucro de Cr$ 18 mil por minuto
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de maio de 1976
Alguém já imaginou qual é o lucro líquido do Banco do Brasil? Uma fonte oficial,a revista Desed, em seu número 53, edição de abril/maio, dá a informação exata: "o lucro líquido do Banco do Brasil, no segundo semestre de 1975 foi de 4.899 milhòes de cruzeiros, representando um aumento de quase 50% em relação ao semestre anterior. O total de empréstimos durante o ano chegou a 135,5 bilhões de cruzeiros, cabendo ao setor privado 97% de todos os recursos aplicados".
Romances da África
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de maio de 1976
A Editora Nova Fronteira criou há alguns meses a coleção romances da África, destinada a divulgar no Brasil a jovem literatura do chamado Continente Negro. Por esta interessante série já apareceram os romances "Um Fuzil na Mão, um Poema no Bolso"de Emmanuel Dongala, "O Limão"de Mohamed Mrabet (tradução de Carlos Lacerda), "O sol das Independências"de Ahmadou Kouroma e "O Bebedor de Vinha de Palmeira", de Amos Tutuola.
Acaiaca, Ano III
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de maio de 1976
Há dois anos, Curitiba ganhava uma nova galeria de arte que, mais do que um endereço para badalativas exposições, transformou-se num verdadeiro ponto da vida inteligente da cidade: a Acaiaca. Restaurando parte de um casarão na Praça Garibaldi, 53, ao lado do relógio das flores (nem sempre perfumadas, muito pelo contrário), Jorge Carlos Sade instalou uma galeria onde, somando a sua sensibilidade de pintor com libanesa habilidade de marchand de tablaux e excelente relacionamento nacional, vem promovendo mostras do que existe de melhor e mais expressivos em termos artísticos.
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O Tamba & Os Cariocas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de maio de 1976
Quando o Tamba Trio surgiu, a vida musical brasileira vivia um momento iluminado: João Gilberto, Sérgio Ricardo, Carlinhos Lyra, Sylvia Telles, entre outros, já tinham gravado seus primeiros elepês, produzidos por Aloysio de Oliveira, os grupos instrumentais eram cada vez mais prestigiados e se vivia uma fase de euforia. Respirava-se criatividade por todos os poros. Era, enfim, um tempo (muito) feliz.
Canto laltino-americano (com a voz de Stelinha)
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de julho de 1976
O desconhecido (mais riquíssimo) folclore latino-americano, através das vozes dos mais representativos compositores e intérpretes de vários países está sendo oferecido, pela primeira vez ao consumo do público interessado num lançamento feito no Brasil. E, para orgulho dos paranaenses, está incluída na coleção a voz de uma das raras cantoras curitibanas que conseguiu sucesso nacional: Stelinha Egg.
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O filme que o vento não levou
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de julho de 1976
Apesar de já ter sido reprisado, exatamente 25 vezes em 36 anos, nos mais diversos cinemas de Curitiba, sempre existe quem ainda não assistiu ao mais famoso filme dos anos dourados de Hollywood: "E O Vento Levou". Por isso, a partir de hoje, em duas sessões, a superprodução de David O. Selznick (8881902-1965) estará sendo apresentada, em duas sessões diárias, no Cinema - 1 (sala Excelsior).
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