Por pouco que o maior nome do show-bussines - em todos os tempos - Frank Sinatra - não viria a Laguna no próximo fim de semana. Apesar de saber que The Voice há anos vem recusando as mais tentadoras propostas para fazer shows no Brasil, Realdo Guglielmi, superintendente do Laguna Tourist Hotel, determinou ao empresário Benil Santos, da Guanabara, que tentasse, de todas as formas, convencer o melhor cantor da língua inglesa a vir fazer o show de 2o aniversário do seu hotel, na próxima sexta-feira.

Faça-se a restrição que se fizer, um fato é indiscutível: a CBS brasileira tem uma fórmula segura de conseguir sua presença nas listas dos discos mais vendidos, garantindo muitos cruzeiros que, transformados em dólares, garantem a prosperidade do grande complexo industrial ao qual pertence. Tendo no cantor Roberto Carlos a sua galinha-dos-ovos-de-ouro, a CBS pode investir em lançamentos dos mais diferentes (e muito medíocres) promessas - das quais poucas se cumprem. E isto explica as constantes "novidades" que aquela gravadora apresenta regularmente.

Enquanto o MPB-4 apresentava o número de encerramento do show, na madrugada de sábado, Chico Buarque de Hollanda já deixava o Clube Curitibano para decepção de centenas de fãs, que sentados defronte do palco, o aplaudiram por 45 minutos aguardavam o final da apresentação para lhe pedir autógrafos.

Percy Faith, André Kostelanetz e Ray Connif - três maestros-arranjadores perante a quem os críticos torcem o nariz mas que uma imensa faixa de público em vários países garante a periódica aceitação de seus regulares álbuns. Kostelanetz, o mais criticado de todos, foi devidamente ironizado pelo romancista Philiph Roth, que o colocou como ídolo de um tragicômico personagem de sua novela "Goodbye Columbus" (filmado por Larry Peerce, lançado no Brasil como "Amor de Primavera").