Artigos por data (1975 - Agosto)
Carlitos na Cidade
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de agosto de 1975
Dois líricos filmes de Charles Chaplim, 86 anos, um dos maiores gênios do século XX - e sem dúvida o mais importante cineasta de sua época - marcam uma nova tentativa de se implantar em Curitiba um cinema-de-arte: desde quinta-feira, dia 24, a programação do Cinema I, está no Cine Excelsior (Rua Saldanha Marinho), enquanto o Cine Scala passou a programação popular, com filmes de ação e aventura.
Aqui, alguns textos sobre a importância de "O Garoto" e "Os Ociosos", dois momentos maravilhosos da filmografia de Carlitos.
O Chaplin em seus verdes anos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de agosto de 1975
Duas comédias antológicas realizadas Charles Chaplin nos estúdios Firt National foram escolhidas para inaugurar a nova fase de promoção do Excelsior, agora Cinema I: "O Garoto" e "Os Ociosos" ambas médias-metragens realizadas entre 1921/1922. Entre 2 de fevereiro de 1914 a 7 de dezembro de 1914, Chaplin, então no vigor de seus 24 anos, realizou 36 comédias curtas, atuando sob a direção de outros cineastas ou ele próprio acumulando todas as funções. Na série "Essanay" entre 1o de fevereiro de 1915 a 27 de março de 1916, Chaplin faria 16 outros curta-metragens.
Cony explica "O Garoto"
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de agosto de 1975
Em seu ensaio-antologia sobre Chaplin, Carlos Heitor Cony considera "O Garoto" e filme mais popular do gênio do cinema : "A figura do vagabundo e do garoto (Jackie Coogan) tentados na soleira da porta é uma das mais reproduzidas em todo o mundo. Sem ser considerado uma obra prima é mais agradam a todos os gostos, inspirando quase uma dezena de livros escritos sobre ele."
Cinema de arte, um negócio. (ainda que sejamos uma cidade universitária)
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de agosto de 1975
Numa última tentativa de manter em Curitiba um cinema destinado exclusivamente a filmes de elevado nível artístico, a Fama Filmes passou desde quinta-feira, dia 24, sua programação de fitas de arte, para o Cine Excelsior, na Rua Saldanha Marinho - casa mais acessível para os espectadores motorizados. O artigo Cinema I, na Sala Scala (Rua Tobias de Macedo, esquina Riachuelo), aberto com programação de arte em março/73, com "O Diabo à Quatro Mãos", com os Irmãos Marx, em mais de dois anos de funcionamento não chegou a consolidar um público interessado.
Clássicos do cinema
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de agosto de 1975
Com a exibição de 12 filmes realizados por Thomas Alva Edison (1847-1931) e mais alguns curtos do pioneiro Edwin S. Porter, incluindo "The Great Train Robbery" (1903), o primeiro western da história do cinema, a sala de exibição Arnaldo Fontana (Museu Guido Viaro, Rua São Francisco) inicia hoje uma programação absolutamente indispensável de ser vista (melhor diria, estudada) por todos que se interessam pelo cinema.
Artigo em 01.08.1975
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de agosto de 1975
A partir de hoje as bilheterias do Teatro Guaira já estarão vendendo os ingressos (Cr$ 200,00 cada) para as duas únicas apresentações de Margot Fonteyn (auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, dias 15 e 16 de agosto). A estréia, em blacktie, será sem dúvidas o máximo acontecimento do ano. E pela primeira vez, serão colocados à venda dois dos quatro camarotes existentes - a Cr$ 3 mil cada. A corrida vai ser para saber quem serão as duas "locomotivas" da vida citadina a terem sofisticação de assistirem a melhor bailarina do mundo, de camarote.
Trivial Variado
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de agosto de 1975
Entre tantos bang-bang spaghetti que somente comprometem um gênero que um dia foi chamado de o cinema americano, por excelência - mas que desde "O Dólar Furado" é, por excelência, o de maior renda de Cinnecitá, na Itália, uma surpresa autêntica.
Novidades Continental
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de agosto de 1975
Seals & Crofts, dupla originária do Texas, com músicas lançadas no Brasil para a juventude, tem novo lp: "I'll Play For You" (Warner Brothers Records/Continental, julho/75), título da principal faixa deste álbum, onde Jim Seals e Dash Crofts mostram outras músicas: "Golden Rainbow", "Ugly City", "Blue Bonet Nation", "Fire and Vengeance" e "Truth Is a But a Woman" - * - Depois do hit "Lonely People", o grupo Americana de largo prestígio na faixa jovem - tem novo elepê no Brasil: "Hearts (Warner Brothrs Records/Continental), onde estão músicas como "Daisy Jane", "Half a Man"
Os rapazes de Herbert
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de agosto de 1975
Quando John Herbert passou na quinta-feira, à noite, defronte o auditório Salvador de Ferrante e viu o enorme cartaz anunciando "Os Rapazes da Banda", surpreendeu-se: os direitos da montagem da peça em seu poder desde 1972 e para qualquer encenação teria que ser consultado.
Nídia, o corpo consumido
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de agosto de 1975
Para 8 milhões de espectadores, ela é o símbolo sexual de sonhos e desejos proibidos. Para os comerciantes do cinema, ela é sinônimo de ótimas bilheterias. Para os comerciantes do cinema, ela é sinônimo de ótimas bilheterias. Para os puritanos, ela é uma desavergonhada que vende seu corpo em imagens coloridas. Na verdade, ela é uma moça tímida, sensível assustada com o consumo de seu físico pela cruel indústria do show bussines, em que, no final, é apenas um produto comercial, explorada cruelmente.
Os rapazes de Herbert
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de agosto de 1975
Quando John Herbert passou na quinta-feira, à noite, defronte o auditório Salvador de Ferrante e viu o enorme cartaz anunciando "Os Rapazes da Banda", surpreendeu-se: os direitos da montagem da peça em seu poder desde 1972 e para qualquer encenação teria que ser consultado.
Nídia, o corpo consumido
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de agosto de 1975
Para 8 milhões de espectadores, ela é o símbolo sexual de sonhos e desejos proibidos. Para os comerciantes do cinema, ela é sinônimo de ótimas bilheterias. Para os comerciantes do cinema, ela é sinônimo de ótimas bilheterias. Para os puritanos, ela é uma desavergonhada que vende seu corpo em imagens coloridas. Na verdade, ela é uma moça tímida, sensível assustada com o consumo de seu físico pela cruel indústria do show bussines, em que, no final, é apenas um produto comercial, explorada cruelmente.
A Cidade & O Tempo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 03 de agosto de 1975
A bibliotecária Lídia Bindo Dely, diretora da Casa Romário Martins, é uma moça de boas idéias. Uma delas foi encomendar ao jovem e trêfego pesquisador Raphael Valdomiro Grecca de Macedo, 22 anos, segundanista de engenharia e já membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, um levantamento dos tipos populares de Curitiba - do passado e do presente. Após entrevistar mais de 50 curitibanos acima dos 60 anos, Raphael acabou descobrindo três dezenas de personagens simples e humanos, que de uma forma ou outra, são lembrados com ternura ou humor, por quem sabe ver as coisas de uma cidade.
Artigo em 03.08.1975
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 03 de agosto de 1975
Pedro Ricardo Doria, assistente do presidente da Companhia Paranaense de Energia Elétrica, foi durante muitos anos editor de economia de O ESTADO, sendo aliás um dos primeiros jornalistas a se especializar neste setor. Seus compromissos com o magistério e na Copel, da qual é um dos mais antigos executivos, levaram-no a deixar o jornalismo - mas não esqueceu a objetividade que o caracterizou, quinze anos passados, como um analista seguro dos mais diversos aspectos da economia paranaense.
Ammon, Count e Chick em suas várias fases
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 03 de agosto de 1975
Para a alegria dos jazzofilos, os bons lançamentos continuam. Afora a fundamental série Jazz Masters, cujo último volume registramos, hoje, há importantes outros discos para agrado dos mais diversos generos. Vamos por partes.
Zé Di, Demônios da Garoa e Sônia Lemos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 03 de agosto de 1975
São Paulo dá samba também. Pelo menos os paulistas gostam de Samba, haja visto o número de casas de samba que animam a noite paulista. E dois exemplos de samba que sai de São Paulo, são os elepes "Zé Di" (Tapecar, SS008, junho/75) e "Samba do Metrô" (Chantecler, 2-09-404-062, junho/75) com Os Demônios da Garoa - dois estilos, duas tendências - mas igualmente válidos pela preocupação de oferecer a nossa música popular.
Artigo em 05.08.1975
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de agosto de 1975
O artista Carlos Eduardo Zimmermann, 23 anos, estava com um sério problema ontem pela manhã: vinte e cinco dos quadros que vai expor na galeria Grafite, do humorista Millor Fernandes, no Rio de Janeiro, a partir de hoje, seguiram na sexta-feira, pela Transbrasil, sem problemas. Mas o maior dos quadros, com 1,40 x 1,50 não teve jeito de entrar no setor de bagagens do avião. O mais elogiado artista plástico da nova geração, Carlos Eduardo investiu mais de Cr$ 20 mil nesta sofisticada mostra carioca, destinada a ter ampla repercussão junto a crítica, que aliás, lhe tem sido pródiga.
War & Mu
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de agosto de 1975
Formado por Eric Burdon em 1970, o grupo War teve sua primeira equipe assim integrada: Thomas S. "Papa Dee" (Allen na percussão, Lonnie Jordam (claviers), Harold Brown (bateria), Charles Miller (sax, flauta), BBDickerson (baixo), Howard Dickerson (baixo), Howard Scott (guitarra) e Lee Oscar o único branco do grupo - na harmonica. Fundindo a Soul-Music e o Jazz, o War causou impacto desde sua primeira gravação. E nem a saída de Eric Nurdon fez com que o conjunto desaparecesse ou perdesse seu vigor.
Artigo em 06.08.1975
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de agosto de 1975
Nos Estados Unidos as grandes lojas (Sears, Roebruck's, Macy'S etc) fazem quase 60% de seu faturamento através da venda pelo correio, orgulhando-se de oferecerem, via reembolso postal, "desde o alfinete até o elefante" - Embora timidamente, o sistema começa a ser implantado no Brasil, agora que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos consegue, pouco a pouco, readquirir a confiança dos usuários.
Órgão Não Identificado
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de agosto de 1975
O órgão é hoje um dos instrumentos mais usados na música popular, tendo deixado muito a nobreza das igrejas. O falecido maestro André Pennazzi fez uma série de discos com músicas de sucesso, em que os solos eram em órgão. A música pop, quando mais imaginativa, também não dispensa este instrumento de grande alcance. Agora é incrível que uma gravadora lance um elepe chamado "Órgão Maravilhoso" (Copacabana/SLOP 40648, junho/75), baseando todos os arranjos neste instrumento e simplesmente não registre siquer o nome do solista.