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Aramis

Artigos por data (1990)

As opções nas telas

O romantismo erótico ao estilo de "9 ½ Semanas de Amor", de "Uma Linda Mulher" (Cine Astor, 5 sessões), venceu o marketing de "Dick Tracy": enquanto apenas 6.369 espectadores foram, na primeira semana, assistir a colorida transposição que Warren Beatty fez do herói das HQs para o mais badalado filme do ano, nos Cines São João (2.375 espectadores) e Bristol, "Pretty Woman", de Garry Marshall, com Richard Gere e Julia Roberts (a revelação de "Magnólias em Flor"), teve 7.070 espectadores - o que considerando a capacidade do Astor (500 lugares) dá uma média que garantirá sua permanência

Os 90 anos de dona Pompília, a mestre de várias gerações

Comemorar 90 anos já é um fato pouco comum ao ser humano. Mas ter a benção de se tornar nonagenária com a maior lucidez, boa saúde, cercada de descendentes, estimadíssima pela comunidade e, olhando ao passado, poder recordar desde a primeira infância, é uma graça que Deus só concede a seres iluminados e privilegiados. A professora Pompília Lopes dos Santos é um deles. Na próxima terça-feira, estará comemorando seus 90 anos.

Os anos dourados da Normalista

Falando de sua vida, familiares, amigos, das alegrias - e naturalmente preocupações e momentos de tristeza - dona Pompília impregna suas memórias, ainda em elaboração, de um calor humano, de uma ternura especial. Na delicadeza de sentimentos, lembra os vários momentos de sua infância e adolescência, e os primeiros anos de sua vida de esposa e mãe, ao lado do amigo e companheiro Dario, e de seus filhos - hoje netos e bisnetos - aguardando o primeiro tataraneto, ainda sem previsão de chegar.

Uma orquestra de cordas para a nossa melhor MPB

Bandolins, cavaquinhos, violas-caipiras, violões de seis e sete cordas, contrabaixo e percussões formam a Orquestra de Cordas Brasileiras que estão com o primeiro elepê nas lojas, tocando de Bach a Paulinho da Viola, de Jacob do Bandolim a Villa-Lobos, de Radamés a Nazareth. A orquestra criada há 4 anos e com uma carreira de ótimas realizações, é formada por 14 virtuoses em instrumentos populares, organizados no palco com uma formação de orquestra de câmara clássica, como afirma um de seus líderes, o cavaquinista e arranjador Henrique Cazes.

O grande encontro de Senise e Peranzetta

Há algumas semanas, registramos em nossa coluna "Tablóide", o entusiasmo com que Mauro Senise, após o concerto que havia apresentado no Paiol, ao lado de seus companheiros do Cama de Gato, nos falava de seu novo álbum, "Uma Parte de Nós", que havia gravado com outro virtuose, o tecladista Gilson Peranzetta, arranjador, compositor, que finalmente vem tendo seu talento devidamente reconhecido, fazendo gravações solo ou dividindo afetuosos álbuns com músicos da dimensão do violonista Sebastião Tapajós (com quem há 2 semanas, apresentou um belíssimo concerto durante o X Festival de Música de L

O melhor choro com a Kuarup

Apesar do fim dos patrocínios estimulados pela Lei Sarney, Mário de Aratanha e Janine Houard, que vem formando um dos melhores acervos da música instrumental brasileira através da esmerada Kuarup Produções não param de trabalhar.

David Carneiro, o que construiu o Cine Ópera

Nos necrológicos que a morte do professor David Carneiro, 86 anos - que havia completado a 29 de março, mereceu nas edições dominicais da imprensa, um aspecto foi esquecido: o seu lado de empresário cinematográfico e também cinéfilo, paixão que o fez sempre ser um dos mais regulares espectadores - e que só interrompeu devido a idade e às sucessivas enfermidades que sofreu.

Qual será o destino de sua biblioteca?

Com a morte do professor David Carneiro, foi sepultado também o último dos historiados de uma geração de paranaenses que, sem formação acadêmica em História, mas com o maior amor, entusiasmo e dedicação deram uma imensa contribuição ao nosso Estado.

No campo de batalha

Devido a um erro de digitação, a abertura do Cine Ópera foi "atrasada" em 6 anos, conforme registro em nossa coluna de ontem: o luxuoso cinema na Avenida João Pessoa (hoje Luiz Xavier), no térreo do edifício Eloísa - construído pelo professor David Carneiro no final dos anos 30 - foi aberto em julho de 1941 (e não em 1947, como saiu) com o filme "Tudo Isto e o Céu Também" (All This and Heaven Too), que o russo mas radicado nos EUA, a partir de 1936) Anatole Litvak (1902-1975) realizou há 50 anos, com Bette Davis (1908-1989) no auge de sua carreira. xxx

Hermínio garante o retorno da Camerata

Do Rio de Janeiro, Hermínio Bello de Carvalho, este incansável garimpeiro e animador cultural, a quem se deve o melhor trabalho em favor da música popular que desenvolveu em uma década da extinta FUNARTE, envia boas notícias - para compensar outras, nem tantas - inclusive sua injustíssima demissão da TV Educativa, onde produzia e apresentava um dos melhores programas já feitos no Brasil ("Água Viva").

A "Linha do Trabalho" que Jaime vai iniciar

Livrando-se, pouco a pouco, dos encargos desgastantes no lamaçal político - que até agora mais o prejudicaram do que o auxiliaram em sua vida de homem público - o arquiteto Jaime Lerner está procurando fazer aquilo que comprovou, até internacionalmente, sua competência: a de planejador e administrador urbano.

No campo de batalha

Após algumas semanas na Europa, visitando museus, assistindo bons espetáculos e, principalmente reabastecendo forças para enfrentar o desgastante dia a dia como Secretário do Desenvolvimento Urbano, retornou o arquiteto Manoel Coelho, também professor da Universidade Federal do Paraná. xxx

Moisés pergunta: por que matam os índios?

O médico Moisés Paciornick, 75 anos, completados em 4 de outubro, é daquelas pessoas que identificam Curitiba. Com uma extrema juventude, fazendo da inseparável gravata-borboleta parte indissociável de seu lay out de elegância, 52 anos de total dedicação à medicina - que continua a exercer com a maior dedicação, ao lado da sempre elegante dona Helena, é uma presença sempre destacada em eventos culturais, sociais e filantrópicos.

No campo de batalha

Edson França Bueno não pode se queixar da falta de mecenato oficial: recebeu Cr$ 200 mil para dirigir "New York por Will Eisner". Agora, é aguardar o resultado, pois a adaptação de personagens de quadrinhos para o palco é sempre arriscado - e até na Broadway tentativas feitas com clássicos como "Ferdinando" e "Popeye" fracassaram. No cinema, os efeitos especiais e super-recursos fizeram de "Batman" e "Dick Tracy" ganhar muito marketing promocional. xxx

A melhor música na busca de seu espaço

Nos anos 70, o saudoso Bebedouro, no Largo da Ordem, era o grande espaço musical alternativo, "after hours" da cidade. Ali, em noitadas inesquecíveis, passaram grandes nomes de nossa MPB, integrando-se a valores da terra. Outros ambientes noturnos tem procurado recriar o mesmo clima de descontração, amizade e improvisação musical que ali marcou época, mas sem sucesso. Ainda agora, um novo bar-restaurante, o Tulipa Negra, na ecológica Rua Fernando Moreira, 550, vem valorizando nossos valores musicais e, procurando atrair a simpatia dos artistas que passam profissionalmente pela cidade.

Classe solidária com o injustiçado Gerson

Na próxima semana, um grupo de artistas, especialmente ligados à música popular, pedirá uma audiência ao prefeito Jaime Lerner para lhe entregar um importante documento. Trata-se de um abaixo-assinado, já com mais de 50 assinaturas, nos quais os nossos artistas solicitam ao prefeito de Curitiba informações e esclarecimentos sobre a violência e o constrangimento sofrido pelo compositor, violonista, cantor - além de administrador formado pela Universidade Católica, Gerson Bientinez.

Tinhorão, um cruzado em defesa de nossa cultura

"O cara que fala pode dizer que não disse. Mas o que escreve não pode dizer que não escreveu. Por isso, sou vulnerável. Tudo o que eu disse, escrevi" (José Ramos Tinhorão, um jornalista honesto). Difícil encontrar alguém com alguma ligação na música popular que não tenha ouvido falar em José Ramos Tinhorão. Seja para xingá-lo - a maioria - seja para saber reconhecer seus méritos, este santista de 62 anos - completados em 7 de fevereiro, 40 de imprensa, é o pesquisador e crítico mais famoso da música popular brasileira.

A visão social da música brasileira

Há 24 anos, quando ainda existia a euforia da música popular brasileira, e especialmente a Bossa Nova ter vencido nos Estados Unidos, José Ramos Tinhorão propôs uma reflexão em "Música Popular - Um Tema em Debate" (Editora Saga, 1966, reeditado pela JCM, 1969, esgotado). Mas seria três anos depois com "O Samba Agora Vai... A Farsa da Música no Exterior" (JCM Editores, também esgotado), que Tinhorão provocaria maiores iras.

As revelações de um mestre da pesquisa

A leitura de "História Social da Música Popular Brasileira", de José Ramos Tinhorão, é indispensável para quem pretenda ter uma visão maior da evolução de nossa música. Concorde-se ou não com os pontos de vista do autor, a seriedade de seu trabalho e a riqueza de informações envolvem o leitor reflexionar sobre aspectos até então passados desapercebidos. Embora basicamente seja um ensaio, o livro é agradável, objetivo e tem várias revelações - muitas das quais, modestamente, Tinhorão reserva para as 48 páginas finais.

Na maioria das cidades, só na telinha os filmes da CIC

Em time que está ganhando não se troca jogador. Esta deve ser a filosofia dos executivos da CIC Vídeo que dispondo de um dos acervos mais amplos para comercializar em tela pequena, vem preferindo produções de aceitação certa, entre filmes lançados recentemente em seu circuito ou mesmo produções inéditas nos cinemas.
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