Maurício Quadrio
Os tangos e boleros com Luna e Agostinho na arte do encontro
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de novembro de 1991
Fundada há 37 anos, como um modesto estúdio, a RGE se constitui ao lado da Continental, a única marca basicamente nacional - já que a terceira que resistia, a Copacabana, foi vendida - em seu acervo e selos - para o grupo Sony.
Ao longo de quase quatro décadas, a RGE reuniu um acervo notável, pois foi quem lançou cantoras como Maysa, Agostinho Rodrigues, orquestra como a do italiano Simonetti e Pocho, conjuntos marcantes da Bossa Nova como o Zimbro Trio, e compositores revelando-se intérpretes como Chico Buarque, Toquinho e Vinícius de Moraes - só para citar alguns exemplos.
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Brasil musical que a Caju está exportando
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 16 de novembro de 1991
Na verdade, seriam reedições se não fosse o fato de saírem agora com tanta perfeição sonora que a sensação é de uma novidade. Peter Klann, um alemão que se [?] brasileiro tanto ao ponto de aqui estar editando o que de melhor [??] termos em matéria musical - numa época em que o lixo sonoro é empurrado ouvidos abaixo dos consumidores - dá mais uma mostra de carinho para com a nossa melhor música instrumental.
Música Brasileira - As reedições chegam com qualidade
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de janeiro de 1992
Por múltiplas razões, a reedição se tornou uma forma de gravadores tradicionais - ou mesmo produtoras independentes, na área nostálgica - para enfrentar estes tempos de recessão. Afinal, para as gravadoras que dispõem de grandes acervos não custa quase nada providenciar remontagens de gravações de artistas que passaram pelos seus estúdios. Infelizmente, a maioria dos lançamentos é feita de uma forma caça-níquel - e nisto a Continental é campeã absoluta - recolocando dezenas de vezes no mercado, com títulos e capas diferentes, as mais esdrúxulas montagens.
Era do CD amplia o mercado clássico
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de outubro de 1991
O crescimento impressionante do mercado do compact disc - a tal ponto que se reduzem as previsões de que o vinil ainda teria público até o final do milênio - beneficiou, basicamente, o público que consome música clássica e jazz. Exigente pela sua própria cultura, buscando sempre as melhores gravações, esta faixa (privilegiada) de colecionadores, que tradicionalmente já vinha se abastecendo de produtos importados, passa a ter graças a gravadoras como a Polygram, lançamentos cada vez melhores e atualizados, que estão saindo no Brasil quase que simultaneamente ao Exterior.
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Jazz - O eterno Satchmo e o novo gênio Marsalis
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de setembro de 1991
Um dos aspectos mais significativos no trabalho de Maurício Quadrio como responsável pela área de jazz da Sony Music (ex-CBS) é a sua visão ampla em oferecer tanto os trabalhos mais historicamente importantes do passado, paralelamente a produção do que existe de melhor na música instrumental. No último suplemento (julho/agosto), há exemplos marcantes. Dois álbuns magníficos para quem curte jazz: o sexto volume da série Louis Armstrong ("St. Louis Blues") e o penúltimo álbum do melhor pistonista da atualidade, o consagrado Wynton Marsalis ("Standard Time - Volume 2 - Intimacy Calling").
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CD em ascenção conquista o mercado
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 12 de maio de 1991
Meia dúzia de lojas em Curitiba que praticamente estão se especializando em discos laser, enquanto outros pontos de vendas - mesmo de espaços mais populares, como supermercados e lojas em bairros abrindo amplos balcões para CDs, uma nova e sofisticada empresa - a Ultra Disc, inaugurada há poucas semanas na Rua Augusto Stresser, - com uma grande mídia promocional, confirmam aquilo que poucos acreditavam: mesmo com todas as dificuldades econômicas do país, a sofisticação do CD prova que existe muitos milhões de cruzeiros para circular nesta faixa específica de mercado.
Banquete para os ouvidos com as audições eruditas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de fevereiro de 1991
O setor clássico é, naturalmente, a menina dos olhos de ouro no planejamento das edições em CDs. Facilmente explicável: se constitui na faixa de consumo de melhor poder aquisitivo e também a mais exigente. Portanto, Maurício Quadrio, da Sony Classical, ex-CBS, que desde o ano passado há havia abandonado as edições em vinil, optou por CD/cromo para a produção que sairá este ano com o novo selo.
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Clássicos e jazz agora só em edição CD/cromo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de fevereiro de 1991
Definitivamente a era do laser chegou. Quem duvidava de que o novo processo demoraria a emplacar pelo seu custo enganou-se. Duas fábricas de CDs - a Microservice, em São Paulo e a VAT, em Manaus, estão com produção a toda para atender as várias gravadoras seja na área de reedições - desde trabalhos originais como a que Leon Barg, da Revivendo, está fazendo com antigos 78 rpm até discos dos mais comerciais - ou em lançamentos inéditos, alguns, inclusive, só saindo em CD e fita cromo.
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Aquelas "big bands" que fizeram o mundo dançar por muito tempo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de março de 1991
Durante pelo menos três décadas, eles reinaram absolutamente. Amparados em exercícios de fulgurantes metais dourados, em contraponto a ajustadíssimas secções de cordas e discreta percussão, com harmonias perfeitas, as big bands eram absolutas em sua popularidade. Mesmo sem chegar a inventividade dos negros gênios jazzísticos - como os angustiados Charlie Parker, ou Lester Young - que se debatiam entre o álcool e drogas, músicos-maestros menos famosos junto aos círculos cult eram, entretanto, muito bem sucedidos financeiramente.
Os bons cajus de Peter para internacionalizar nosso som
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de dezembro de 1990
Mesmo sem qualquer promoção - ao contrário, não constou nem sequer do boletim informativo editado pela Fundação Teatro Guaíra - a participação do violonista Turíbio Santos como solista da Orquestra Sinfônica do Paraná, na última segunda-feira, teve um público interessado e participativo, que aplaudiu delirantemente o maior intérprete da obra violonística de Villa-Lobos - cujo museu, no Rio de Janeiro, dirige com a maior eficiência há quase cinco anos. Em todas as cidades em que Turíbio, 47 anos, se apresenta sempre encontra platéias fascinadas.
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